Anistia Internacional cobra justiça por morte de Marielle

Para marcar os quatro anos do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, a organização Anistia Internacional organizou um ato nesta segunda-feira (14/03) no Rio de Janeiro, chamando atenção para a impunidade em que permanece o crime.

Negra, homossexual, moradora de uma favela do Rio de Janeiro, Marielle Franco se destacou por sua atuação em defesa das minorias. Na noite de 14 de março de 2018, o veículo onde a vereadora estava foi alvejado a tiros quando ela voltava para a casa de um debate no centro do Rio. Marielle e o motorista Anderson Gomes morreram na hora. Uma assessora da parlamentar, que também estava no automóvel, sobreviveu. Até hoje, o crime ainda não foi esclarecido.

O assassinato teve ampla repercussão internacional e o caso tornou-se um símbolo da impunidade para esse tipo de crime no Brasil.Justamente para destacar a impunidade, a Anistia Internacional montou uma intervenção urbana com uma instalação com mais de dois metros de altura, em frente à Câmara dos Vereadores, no Centro do Rio de Janeiro. A instalação simula o processo judicial inconcluso até agora, destacando a falta de acesso das famílias das vítimas e seus advogados às informações.

O objetivo é que os pedestres possam “folhear o processo” e ler mensagens sobre a luta das famílias e das organizações da sociedade civil por justiça.

“Já se passaram quatro anos desde o assassinato. Cinco delegados se revezaram na investigação e até agora não responderam quem mandou matar Marielle, nem julgaram as duas pessoas que foram presas e acusadas de serem os autores do crime”, disse diretora-executiva da Anistia Internacional para o Brasil, Jurema Werneck.

Segundo a Anistia Internacional, as decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos garantem aos familiares deste crime o acesso às investigações e sua participação em todas as etapas do processo, algo que as autoridades não cumpriram.

Fonte: DW Brasil