A área de gelo marinho na Antártida atingiu em fevereiro seu mínimo histórico, pelo segundo ano consecutivo, conforme um relatório do monitor europeu do clima Copernicus Climate Change Service (C3S), divulgado nesta quarta-feira (08/03) pela Comissão Europeia. Em 16 de fevereiro passado, a superfície oceânica coberta por gelo recuou para 2,06 milhões de quilômetros quadrados, a menor área desde o início dos registros por satélite, em 1978. O recorde anterior havia sido registrado em fevereiro de 2022.
A cobertura de gelo marinho ao redor do continente gelado, que se reduz no verão e se recompõe no inverno, alcançou também um mínimo histórico mensal, ficando 34% abaixo da média para um mês de fevereiro e quebrando assim o recorde de fevereiro de 2017. No Ártico, a cobertura de gelo marinho também ficou 4% abaixo da média, a segunda leitura mais baixa para fevereiro desde que existem registros de satélite, com as menores concentrações no mar de Barents e na região de Svalbard.
Impacto no aquecimento global
A diminuição da área congelada nos oceanos tem impacto no aquecimento global, pois cerca de 90% da energia solar que atinge o gelo marinho é refletida de volta para o espaço. Quando a luz solar atinge a água dos oceanos, e não a camada branca de gelo, um percentual semelhante é absorvido, o que contribui diretamente para o aquecimento do planeta.
O gelo no mar antártico passa por grandes variações ao longo do ano. Ele atinge sua maior área nos meses de setembro e outubro, quando passa de 18 milhões de quilômetros quadrados. As áreas mínimas são sempre nos meses de fevereiro.