Documento enviado pelo Ministério da Saúde à CPI da Covid mostra que em janeiro deste ano a farmacêutica AstraZeneca informou ao governo que não negociava vacinas por intermediários no mercado privado. Conforme o documento, datado de 29 de janeiro deste ano, uma diretora da empresa enviou um e-mail à Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse e-mail foi enviado após a empresa ter sido informada que uma companhia em Vila Velha (ES) havia oferecido doses de vacinas ao governo brasileiro.
“Toda a produção da vacina AZD 1222 durante o período da pandemia é destinado exclusivamente a governos e organizações internacionais de saúde ao redor do mundo, ou seja, não há possibilidade de comercialização da vacina produzida pela AstraZeneca no mercado privado”, informava o e-mail. Procurado pela GloboNews, o Ministério da Saúde não respondeu até a última atualização desta reportagem.
O Jornal Nacional mostrou, no entanto, que em fevereiro deste ano o então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, deu aval para que um reverendo e a entidade presidida por ele negociassem 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro com a empresa americana Davati. O diretor foi exonerado em 8 de julho, cinco dias após a reportagem ter ido ao ar.
Fonte: G1