Ativistas de Belarus, Rússia e Ucrânia ganham o Nobel da Paz

O ativista de direitos humanos de Belarus Ales Bialiatski, o grupo russo de direitos humanos Memorial e a organização ucraniana Centro para Liberdades Civis ganharam o Prêmio Nobel de Paz deste ano, anunciaram os organizadores da premiação nesta sexta-feira (07/10), em Oslo. “O comitê do Prêmio Nobel quis honrar três campeões dos Direitos Humanos, da democracia e da coexistência pacífica nos países vizinhos Belarus, Rússia e Ucrânia. Eles honram a visão de Alfred Nobel sobre paz e convivência, uma visão tão necessária no mundo hoje”, declarou o comitê.

Ales Bialiatski, 60 anos, atualmente preso em Belarus, acusado de evasão fiscal, fundou a organização Viasna (Primavera) em 1996, para ajudar presos políticos e as suas famílias, na sequência da repressão do regime do presidente Alexander Lukashenko.

A organização russa Memorial foi criada em 1987, para investigar e registrar crimes cometidos pelo regime soviético, mas tem denunciado violações de direitos humanos na Rússia. O comitê no Nobel lembrou que a entidade coletou e verificou informações sobre abusos e crimes de guerra perpetrados contra a população por forças russas e pró-russas. “Em 2009, a chefe da filial do Memorial na Tchechênia, Natalia Estemirova, foi morta por causa desse trabalho.”

O Centro de Liberdades Civis foi criado em Kiev em 2007, com o objetivo de promover os direitos humanos e a democracia na Ucrânia. “Ele assumiu a posição de fortalecer a sociedade civil ucraniana e pressionar as autoridades para tornar a Ucrânia uma democracia de pleno direito”, observa o comitê. O centro ucraniano “tornou-se uma fonte importante para documentar crimes de guerra cometidos pela Rússia e desempenha um ‘papel pioneiro’ na responsabilização dos culpados”.