Aumento na procura por seminovos deixa seguro de carro usado mais salgado

A falta de carros novos no mercado, pela escassez de insumos provocada pela pandemia e a consequente alta do dólar frente ao real, valoriza o produto e também eleva a demanda por usados e seminovos. No entanto, um detalhe que vem passando despercebido é que, com essa conjuntura adversa, a apólice de seguros também fica mais salgada para todos. Isso porque, nos cálculos atuariais para avaliar o valor das apólices, as seguradoras levam em consideração, entre outros itens, o custo das peças de reposição, que está nas alturas.

Um conjunto de fatores acendeu o alerta dos que procuram por carros usados nas concessionárias. Os consumidores, aos poucos, estão começando a perceber mudanças estruturais, segundo Sérgio Ricardo de Magalhães Souza, consultor técnico de seguros e coordenador do programa de pós-graduação em seguros da Universidade de Petrópolis (Ipetec). Ele chama a atenção para os fatores sensíveis que vão onerando o bolso do comprador.

“Usando como referência um Ford Fiesta do ano de 2014, que valia R$ 28 mil em 2020, hoje, custa R$ 36 mil. E o seguro, que estava em torno de R$ 1,2 mil, atualmente, não sai por menos de R$ 1,5 mil”, conta Magalhães Souza. Mesmo com poucos carros na rua (novos e usados), não somente pela pandemia, mas pelos constantes aumentos da gasolina, o sumiço dos componentes — alguns importados — e a logística de transporte fazem a diferença. “O custo de manutenção é um fator que está no radar das empresas de seguro”, conta Souza.

Fonte: Correio Braziliense