O papa emérito Bento 16 pediu perdão por quaisquer “erros graves” em seu gerenciamento de casos de abuso sexual na Igreja Católica, mas rejeitou as alegações de que estivesse envolvido em acobertamentos e negou qualquer irregularidade pessoal. O antigo pontífice reagiu nesta terça-feira (08/02) a um relatório independente, divulgado em 20 de janeiro, que narra décadas de supostos abusos e má conduta na arquidiocese de Munique e Freising, que ele liderou como cardeal Joseph Ratzinger de 1977 a 1982.
“Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Maior ainda é minha dor pelos delitos e erros que ocorreram durante meus mandatos e nos locais em questão”, disse em comunicado divulgado pelo Vaticano. Na carta, Bento 16 expressou “profunda vergonha” e “grande dor”, bem como um “sincero pedido de desculpas a todas as vítimas de abuso sexual”.
Bento 16 tem enfrentado severas críticas após a publicação de um relatório com acusações detalhadas de má conduta em quatro casos. Especialistas do escritório de advocacia Westpfahl Spilker Wastl (WSW), contratados pela Igreja Católica Alemã para investigar relatos de abuso sexual na arquidiocese de Munique entre 1945 e 2019, confirmam que Ratzinger realocou padres que haviam abusado de crianças durante seu tempo como arcebispo de Munique e Freising.