Sem usar máscara, o presidente Jair Bolsonaro participou de uma manifestação que provocou grande aglomeração no Rio de Janeiro na manhã de ontem (23). O ato, convocado por aliados e apoiadores, teve uma grande “motociata”, uma carreata puxada por motoqueiros que cortou diversos bairros da cidade, saindo da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, passando pela Zona Sul até se encerrar no Monumento dos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, na área central da cidade. Ali, Bolsonaro fez um discurso de pouco mais de cinco minutos para os apoiadores.
Ao lado dele no palanque, também sem usar máscara, estava o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que na última semana atuou para blindar Bolsonaro de responsabilidade pelas falhas do país no combate à pandemia em seus dois dias de depoimento na CPI da Covid. O presidente elogiou os valores conservadores. “Temos que agradecer à nossa direita, àqueles que defendem a família, a Pátria e que têm Deus no coração” – afirmou – “Podem ter certeza, nós vamos sim cada vez mais fazendo com que as pessoas eleitas por vocês façam melhor.”
O presidente agradeceu a presença de seus apoiadores enquanto um locutor perguntava: “quem quer voto impresso?”.
Durante a concentração, também ocorreram protestos isolados contrários à vacinação contra a Covid-19 e gritos para “liberar a ivermectina”, medicamento sem eficácia comprovada para a doença, mas defendido pelo presidente como forma de tratamento precoce. Dezenas de motos que participavam do evento estavam com a numeração das placas tampadas com adesivos, fita isolante e até máscaras faciais. Além da multidão de apoiadores, o ato também gerou reações contrárias ao longo de todo o trajeto, com panelaços e palavras de ordem contra o presidente.
Fonte: Jornal O Globo