Com a presença de caciques do Centrão, militares saudosistas da ditadura, líderes evangélicos ultraconservadores, políticos e influenciadores de extrema direita, o PL oficializou em convenção realizada neste domingo (24/07), no Rio de Janeiro, a candidatura à reeleição de Jair Bolsonaro e a escolha do general Walter Braga Netto como vice na chapa.
O evento, num ginásio do Rio de Janeiro repleto de apoiadores com as cores verde e amarelo, também foi usado como palco pelo presidente para lançar novos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e convocar um novo ato golpista contra o Judiciário.
A abertura da convenção coube ao deputado pastor Marco Feliciano (PL-SP), que comandou uma oração. Depois, o microfone foi passado para a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que tem trânsito entre igrejas evangélicas conservadoras e cuja imagem vem sendo instrumentalizada pela campanha como forma de diminuir a forte rejeição que o presidente sofre entre o eleitorado feminino.
“A reeleição não é por um projeto de poder, como muitos pensam, não é por status, porque é muito difícil estar desse lado. A reeleição é por um projeto de libertação”, disse Michelle, numa fala carregada de tom religioso. “Declaramos que o Brasil é do Senhor. (…) Ele [Bolsonaro] é o escolhido de Deus.”
Falando pouco depois, Jair Bolsonaro também fez uso de linguagem religiosa, adicionando ainda retórica anticomunista e elogios às Forças Armadas. “Esse é um país cristão, de valores, do presente e do futuro.”
Na sequência, Bolsonaro passou a repetir falas golpistas e incitou seus apoiadores contra o STF. “Nós temos que respeitar a Constituição”, disse Bolsonaro, em um primeiro momento. Pouco depois, uma primeira menção ao STF feita por Bolsonaro provocou fortes vaias e gritos entre os apoiadores. “Supremo é o povo”, gritou o público.