Só há uma maneira do presidente Jair Bolsonaro afastar a crescente e incomoda possibilidade de candidatura do Ministro Sérgio Moro a presidência, contra ele, em 2022. Ele terá que assegurar que Moro será indicado para o STF. Caso contrário será muito difícil aplacar o desejo político de Moro pela disputa.
Claro que nenhum dos dois vai confirmar. Mas esse é o “jogo jogado” e não revelado. Basta analisar os fatos recentes. Agora a pouco em entrevista à GloboNews, o presidente Jair Bolsonaro recuou e desistiu, por hora, de tirar segurança de Moro. Viu que perderia um ministro e ganharia um forte oponente em 2022. Bolsonaro percebeu, até rapidamente, que aumentou ainda mais desgaste entre os dois ao declarar que poderia desfazer o super ministério de Moro descomprimido o que acordou com ele para que aceitasse ser ministro no seu governo.
No entanto, Moro segue indiferente as rasteiras do presidente, e intensifica sua própria construção de imagem nas redes. Está sempre no Twitter, anunciou nesta quinta a entrada para o Instagram e 24 horas depois já passou de 630 mil seguidores na rede social. Muitos enxergam que o ex-juiz busca construir uma candidatura. E é justamente isso que tira o sono dos palacianos e bolsominions mais exaltados.
Mas para toda essa briga e na verdade, vale a máxima entre os empresários e gestores que aconselha: “Nunca contrate alguém que você não pode demitir.” Bolsonaro não pode demitir Moro e Moro não vai pedir demissão. Um está refém do outro e vice versa nesse jogo meticuloso onde cada movimento tem uma consequência do outro lado que pode fortalecer ou enfraquecer um ou outro. Por hora, Moro está mais forte e com o pescoço grosso.