O governo Lula decidiu nesta quinta-feira (08/08) expulsar a embaixadora da Nicarágua no Brasil, Fulvia Patricia Castro Matus, confirmou o Itamaraty. A decisão é uma reposta à expulsão, um dia antes, do embaixador brasileiro na Nicarágua, Breno de Souza da Costa, pelo regime de Daniel Ortega.
Na ocasião, o Itamaraty já havia sinalizado que a expulsão do embaixador Costa teria consequências. Fulvia Patricia Castro Matus ocupava o posto de embaixadora no Brasil desde maio. Segundo o jornal O Globo, ela já havia deixado Brasília na quarta-feira, quando o regime nicaraguense anunciou a expulsão do representante brasileiro.
Deterioração das relações
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantinha uma relação de proximidade com Ortega desde 1980, quando viajou a Manágua para o primeiro aniversário da revolução sandinista, ocasião em que também conheceu pessoalmente o então líder cubano, Fidel Castro.
Mas a relação entre a Nicarágua e o Brasil passou a ficar estremecida em 2023, quando Lula, a pedido do papa Francisco, tentou intermediar junto a Ortega a libertação de um bispo católico encarcerado pelo regime da Nicarágua.
Lula chegou a tentar telefonar para Ortega, mas o ditador se recusou a aceitar a ligação. Já desde 2022, Ortega, que está no poder há 17 anos, intensificou uma ofensiva contra a Igreja Católica no país, confiscando imóveis, dissolvendo ordens e prendendo padres e bispos que denunciaram a guinada autoritária do regime.
Fonte: DW Brasil