Os ‘Bronzes de Benin’ são um conjunto de mais de mil obras comemorativas feitas de bronze da África Ocidental, produzidas com os formatos de cabeças, placas e até estatuetas, entre os séculos 16 e 19 pelo povo Edo, que vivia onde hoje se encontra a Nigéria. E, recentemente, pesquisadores fizeram uma descoberta muito surpreendente em torno dessas obras.
Conforme explicado pela Revista Galileu, até não muito tempo atrás acreditava-se que o bronze — uma liga metálica geralmente feita com uma mistura de cobre e estanho, zinco ou alumínio — utilizado nas obras era obtido a partir de pequenos anéis de latão, conhecidos como manilhas, que eram amplamente utilizados como moeda de troca na região. Porém, novos estudos revelaram que o material era originário, na verdade, de onde hoje se encontra a Alemanha.
Origem do bronze
Para determinar a origem do bronze utilizado nas obras africanas, pesquisadores da Universidade de Tecnologia Georg Agricola analisaram quimicamente 67 manilhas recuperadas de cinco naufrágios do Atlântico e três locais terrestres na Europa e na África. Então, a partir da identificação das assinaturas de isótopos de chumbo, foi possível estabelecer uma relação entre aquele metal e o presente em outras peças anteriores ao século 18 — como, inclusive, manilhas usadas no comércio português.
Assim, conforme divulgado no estudo publicado na PLOS ONE, as composições de oligoelementos das manilhas africanas e européias indicaram grande compatibilidade com os minérios encontrados onde hoje fica a Renânia, uma região da Alemanha Ocidental. Ou seja, a origem do material utilizado nos ‘Bronzes de Benin’, até então desconhecida e realmente um mistério, seria das terras germânicas.