Cena da música neonazista é alvo de operação na Alemanha

Em mais um passo de uma investigação conjunta entre o Ministério Público e a polícia alemã aberta nas cidades de Oldenburg e Celle, ambas no leste do país, agentes deflagraram nesta quinta-feira (26/10) uma operação contra membros da cena musical de extrema direita suspeitos de integrarem uma organização criminosa.

Um homem de 34 anos foi preso preventivamente em Bardowick, na Baixa Saxônia. Ele é suspeito de liderar as atividades do grupo investigado, segundo a Procuradoria-Geral em Celle. Há ainda outras 11 pessoas com idade entre 36 e 59 anos suspeitas de integrar ou apoiar a organização.

Além de buscas por todo o país, a polícia alemã esteve também na ilha espanhola de Mallorca – popular destino turístico entre alemães. A maior parte dos alvos da operação está no estado da Baixa Saxônia, mas incluiu também endereços em Baden-Württemberg, Berlim, Hamburgo, Renânia-Palatinado e Turíngia. Ao todo, 250 policiais foram mobilizados.

Reedição de músicas xenófobas e antissemitas dos anos 1990 e 2000
A ação busca preservar evidências que confirmem a linha da investigação, segundo a qual haveria uma rede de integrantes atuante em todo o país envolvida na produção e distribuição – nacional e internacional – de música que incita ao ódio. O conteúdo seria uma reedição de produções dos anos 1990 e 2000 consagradas na cena musical da extrema direita, e esse negócio teria rendido quase 200 mil euros (pouco mais de R$ 1 milhão) ao grupo investigado.

“Aqui a música, em vez de entreter, foi corrompida e transformada em instrumento político para ideologias hostis”, afirmou Martin Appelbaum, da Procuradoria-Geral em Celle, referindo-se ao teor antissemita e xenófobo das composições.

A polícia em Oldenburg, guiada pela Procuradoria-Geral em Celle, afirma que as investigações vêm sendo conduzidas há vários meses, mas ainda não forneceu informações detalhadas sobre os alvos da operação, que segue em curso.

Ao comentar a ação desta quinta, a ministra do Interior da Baixa Saxônia, Daniela Behrens, do SPD, afirmou que a música tem uma função identitária na extrema direita, sendo um meio importante para a propagação de suas ideologias, especialmente entre os mais jovens.

Fonte: DW Brasil