Cheia histórica do rio Nilo ameaça pirâmides no Sudão

Por Superinteressante

Quando você pensa em pirâmides e sítios arqueológicos na África, o Sudão não é o primeiro lugar que vem à mente. Mas o fato é que o país, que fica ao sul do Egito, também abriga pirâmides e sítios arqueológicos milenares, registros únicos da história da humanidade. No entanto, essas construções estão ameaçadas pela alta histórica do rio Nilo. As pirâmides de Meroé, localizadas no sítio arqueológico al-Bajrawiya, são classificadas como Patrimônio Mundial pela Unesco. Elas foram construídas pela população do Reino de Cuxe, rival do Egito que comandou a região entre 800 a.C e 400 d.C. Além das pirâmides, o sítio também conta com templos, palácios, cemitérios e outros edifícios. O local fica a 500 metros do rio Nilo, que atravessa o Sudão.

O Nilo sofre cheias anualmente durante a temporada de chuvas. Isso é fundamental para os produtores e agricultura da região, já que o Sudão encontra-se em uma área com clima majoritariamente desértico. No entanto, o aumento do nível do rio este ano foi o maior dos últimos cem anos, desde que os registros começaram a ser feitos. Isso fez com que o país declarasse estado de emergência na última sexta-feira (04). Segundo o jornal Al-Jazeera, as enchentes mataram 99 pessoas no último mês. O governo do Sudão afirma que mais de meio milhão de pessoas estão desabrigadas em consequência da alta sem precedentes do rio Nilo.