Depois de uma visita do Comitê de Gestão da Emergência, o governo do RN anunciou nesta quarta-feira (13) uma série de medidas para atenuar os problemas provocados pelas fortes chuvas no município de Extremoz, que afetaram mais de 12 mil pessoas. As medidas incluem a recuperação e manutenção de estradas, concessão de auxílio financeiro emergencial para os desabrigados e limpeza no leito do Rio Ceará-Mirim.
Tendo à frente a Defesa Civil, a equipe esteve em dois dos pontos mais afetados pelas enchentes: a Lagoa de Extremoz, usada como reservatório para abastecimento de Natal, e no Rio Ceará-Mirim. De acordo com a Defesa Civil do Município, a última vez que a lagoa transbordou com a intensidade de agora foi no inverno de 1998. A lagoa tem capacidade para acumular 11 milhões de metros cúbicos.
Com excesso de baronesa (planta aquática, também conhecida como aguapé, que se desenvolve em ambientes poluídos) as águas saíram do leito normal do Ceará-Mirim, destruindo plantações de banana, macaxeira e roçados de culturas de subsistência. A visita dos técnicos foi acompanhada pela governadora Fátima Bezerra e pela prefeita Jussara Sales.
As ordens de serviço para manutenção, operação tapa-buracos e recapeamentos das estradas Muriú-Jacumã, entroncamento da RN-064 até Boa Vista e o acesso à sede do município já foram assinadas. Os trabalhos começam assim que as condições climáticas e do solo permitam, informou a diretora geral do Departamento de Estradas de Rodagem, Natércia Nunes.
O auxílio emergencial, de caráter assistencial e temporário, no valor de R$ 1.000 será concedido a 26 famílias que foram obrigadas a sair de casa por causa das inundações. Os recursos são oriundos do Tesouro Estadual e o repasse será feito via transferência às prefeituras pelo Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS) para os Fundos Municipais de Assistência Social (FMAS).
O auxílio financeiro emergencial foi instituído pelo Decreto 31.680/2022 e tem como finalidade atenuar os danos materiais sofridos pelas famílias desabrigadas e/ou desalojadas, contemplando 21 municípios em situação de emergência ou calamidade pública.
Em trabalho conjunto com o Departamento Nacional de Obras contra as Secas, a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos irá atuar na retirada de plantas aquáticas do leito do rio Ceará-Mirim para evitar que o problema se repita caso volte a chover forte na região. O inverno na faixa litorânea, onde Extremoz está situado, vai até o final de julho.
“É um momento bem difícil para nós. Precisamos acolher as famílias que estão em situação de vulnerabilidade, desamparadas e desabrigadas. Desde o primeiro momento das chuvas estamos mantendo contato com o Governo do Estado, com a defesa civil estadual e federal, com as forças de segurança pública, com o DER. A união de forças é muito importante para amenizar o sofrimento de nosso povo”, disse a prefeita Jussara Sales. Em Extremoz, 12.250 pessoas, a maioria agricultores e pescadores, foram prejudicadas pelas fortes chuvas do início do mês, que afetaram as comunidades Estivas, Capim, Araçá e Vila de Fátima e as praias de Pitangui, Graçandu, Barra do Rio, Jenipabu, Santa Rita e Redinha Nova.
Extremoz foi o segundo município em situação de emergência visitado pela governadora e equipes do Comitê de Gestão da Emergência. A primeira foi Nova Cruz, no Agreste, onde há 50 desalojados, 25 desabrigados e 300 afetados pelas chuvas.
Participaram da visita a Extremoz representantes das pastas da Segurança Pública, do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, da Assistência Social, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil do Estado, Idema, DER,, secretários municipais, representantes da Câmara Municipal e o padre João Pedro.
