Pesquisadoras do Instituto Adolfo Lutz (IAL), em parceria com o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, diagnosticaram, pela primeira vez, casos de tuberculose extensivamente resistentes no Brasil. A variação da doença é caracterizada por uma maior resistência a antibióticos, tornando o tratamento mais complexo e com propensão a casos graves.
Financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o projeto de pesquisa, que ainda se encontra em estágios iniciais, tem como objetivo estudar as características fenotípicas e genéticas da Mycobacterium tuberculosis – bactéria causadora da tuberculose – que apontem resistências do microrganismo a medicamentos. Em colaboração com o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo (CVE), da Secretaria de Saúde do Estado, o grupo visa à elaboração de um modelo de laudo detalhado que auxilie os médicos no tratamento mais eficiente e adequado a cada paciente.
A resistência aos novos medicamentos foi detectada no Laboratório de Referência para Tuberculose do Instituto Adolfo Lutz pelos métodos tradicionais e pela detecção das mutações no genoma da bactéria, realizada no Laboratório de Pesquisa Aplicada a Micobactérias do ICB, coordenado pela professora Ana Marcia de Sá Guimarães, do Departamento de Microbiologia. A análise genética permite um mapeamento mais rápido e detalhado do microrganismo, em comparação com a análise tradicional — em que os bacilos têm sua reação a cada fármaco testada individualmente.