Estudo de pesquisadores da USP pode ajudar na avaliação da gravidade da apneia obstrutiva do sono (AOS), doença em que a respiração da pessoa para e volta diversas vezes enquanto está dormindo. O trabalho sugere uma análise conjunta entre o volume da língua, das vias aéreas e da mandíbula, além do uso da chamada classificação de Mallampati, criada para prever a dificuldade de intubação de um paciente.
A classificação de Mallampati consiste em observar o volume de alguns elementos que compõem a via área: palato mole, fauce, úvula e pilares amigdalianos (veja quadro abaixo). Quanto maior a classificação, que vai de 1 a 4, mais estreita é a via aérea superior e mais difícil é o procedimento de intubação.
Classificação Mallampati:
Mallampati I – palato mole, fauce, úvula e pilares são visíveis;
Mallampati II – o palato mole, fauce e úvula são visíveis;
Mallampati III – o paloto mole e a base da úvula são visíveis;
Mallampati IV – o palato mole não é totalmente visível.
Foto: Freepik / Fotomontagem Jornal da USP
Os pesquisadores observaram uma relação entre uma maior classificação de Mallampati e quadros mais graves de apneia obstrutiva do sono. Esses achados já haviam sido observados em outros estudos e foram confirmados pela pesquisa. O dado novo foi o papel do volume da língua e da relação entre o volume da língua e o tamanho da mandíbula para o nível de gravidade da doença.
Os resultados da pesquisa estão descritos no artigo Tongue size matters: revisiting the Mallampati classification system in patients with obstructive sleep apnea, publicado no Jornal Brasileiro de Pneumologia.