CIÊNCIA: Uma única árvore na Amazônia pode estocar 58 toneladas de CO2 equivalente

Para quantificar o estoque de carbono presente em uma área protegida na Amazônia no sudeste do Pará, a Floresta Nacional de Carajás, um novo estudo do Instituto Tecnológico Vale (ITV) buscou identificar árvores capazes de armazenar quantidades consideráveis de dióxido de carbono (CO2). A espécie que apresentou o maior estoque de carbono foi a Erisma uncinatum Warm, árvore popularmente conhecida como “cinzeiro”.

Com uma área equivalente a cinco vezes a cidade de São Paulo, a floresta estoca 490 milhões de toneladas de carbono equivalente, que é uma medida que representa diversos gases de efeito estufa (GEEs) em termos correspondentes à quantidade de CO2. As árvores absorvem CO2 da atmosfera e o armazenam em seus troncos, folhas e galhos. Essa ação faz com que as florestas sejam reservatórios de carbono.

“As grandes árvores são parte essencial do ecossistema florestal. Além de armazenarem enormes quantidades de carbono, fornecem importantes habitats para os animais e para as árvores abaixo da sua copa, devido ao sombreamento e pela queda de matéria orgânica”, disse em comunicado divulgado à imprensa Tereza Cristina Giannini, pesquisadora do ITV.

Essas árvores, que levam décadas ou séculos para atingir seu tamanho máximo, têm se tornado cada vez mais raras por conta do desmatamento. “Por isso, é essencial a manutenção da floresta em pé para mitigar as mudanças climáticas”, destacou Giannini.

Armazenando carbono
A pesquisa mediu árvores, bambus, trepadeiras e palmeiras com circunferência igual ou maior que 10 centímetros, e o estoque de carbono foi estimado para o tronco e a copa das espécies, ou seja, para a biomassa viva acima do solo.

O estoque de carbono médio calculado para a parte aérea da vegetação foi de 173 toneladas por hectare (t-C/há). Já para a floresta ombrófila aberta (transição entre a Floresta Amazônica e áreas extra-amazônicas), o carbono estocado nas raízes, madeira morta e na serapilheira corresponde respectivamente a cerca de 35%, 8% e 5% do carbono observado na parte aérea da vegetação.

Fonte: Revista GALILEU