Pesquisadores britânicos do Jardim Botânico Real de Kew estimaram o risco de extinção de todas as 328.565 espécies conhecidas de angiospermas — aquelas plantas que possuem flores.
O cálculo só foi possível graças a um modelo de Inteligência Artificial (IA) intitulado Árvores de Regressão Aditivas Bayesianas (Bayesian Additive Regression Trees, BART). Os resultados foram publicados em um artigo no último dia 4 de março na revista New Phytologist.
O BART foi treinado a partir de dados de mais de 53 mil plantas avaliadas na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional Para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). A IA foi utilizada para prever o risco de extinção de 275.004 espécies sem classificação.
Conforme os cientistas, o objetivo da pesquisa foi disponibilizar esse conhecimento para a população, a fim de levantar uma conscientização sobre a importância da biodiversidade das angiospermas. “Esperamos que essas previsões possam ser usadas para que as pessoas as apliquem em sua própria biodiversidade local para descobrir se têm uma espécie ameaçada em sua casa, jardim ou parque local que precisa ser protegida”, diz Steven Bachman, líder do estudo, em comunicado.
Estima-se que 45% de todas as espécies de angiospermas, considerado o maior grupo de plantas do mundo, corram risco de extinção. Os pesquisadores almejam que, com base nesses resultados, medidas urgentes de conservação sejam tomadas.
“Em uma escala maior, nossas descobertas podem ser usadas por cientistas para priorizar e acelerar as avaliações de extinção para as plantas que identificamos como provavelmente ameaçadas, mas ainda não foram oficialmente avaliadas pela Lista Vermelha da IUCN”, completa Bachman.
Fonte: Revista GALILEU