CNI e FIERN realizam Programa “Conhecendo a Indústria”, em Natal, sobre desafios e oportunidades do Hidrogênio

Os desafios e oportunidades que a indústria do hidrogênio verde traz para o Brasil estarão no centro das discussões nos dias 23 e 24 de junho, em Natal, dentro da programação do “Conhecendo a Indústria”, Programa desenvolvido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizado pela primeira vez no Rio Grande do Norte. O evento será promovido em parceria com o Sistema FIERN, que engloba o SENAI, o SESI, o IEL e a Federação das Indústrias do estado, com início na Casa da Indústria.

A programação terá largada às 14h da quinta-feira (23), com o presidente do Sistema FIERN e da Comissão Temática de Energias Renováveis (COERE), da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (Fiern), Amaro Sales de Araújo.

Representantes da Associação Brasileira de Energia Eólica e Novas Tecnologias (ABEEÓLICA), de quatro Ministérios do governo – da Educação (MEC), de Minas e Energia (MME), da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) e da Economia (ME) – além da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Senado Federal e da Câmara dos Deputados participam.

O diretor do Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e do departamento regional do SENAI-RN, Rodrigo Mello, comanda, na quinta-feira, o painel Desafios e oportunidades no Desenvolvimento da Indústria e do Mercado de Hidrogênio no Brasil, em conjunto com o assessor técnico da ABEEólica, André Themoteo.

Na sexta-feira, a partir das 8h, os/as participantes do evento visitam o Hub de Inovação e Tecnologia (HIT) do SENAI-RN. O HIT, localizado em Natal, sedia o ISI-ER – Instituto que pesquisa rotas sustentáveis de produção de hidrogênio há mais de 10 anos e que é a principal referência do SENAI no Brasil em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em energia eólica, solar e sustentabilidade – e o Centro de Tecnologias do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER) – escolhido pelo Departamento Nacional do SENAI como centro de excelência e coordenador nacional de projeto em parceria com a entidade alemã de cooperação GIZ, para desenvolver infraestrutura, metodologias e cursos para formação de profissionais que irão atuar na cadeia produtiva do hidrogênio, no país.

O Programa “Conhecendo a Indústria” é realizado desde 2014 pela CNI com o objetivo de apresentar a representantes do governo, de agências reguladoras e do Congresso Nacional, por exemplo, o que o Sistema Indústria e grandes unidades fabris brasileiras estão fazendo em relação a temáticas selecionadas. Temas como Propriedade Intelectual e renovação dos incentivos da Sudene e da Sudam estão entre os que já foram discutidos. Esta será a primeira edição do Programa no Rio Grande do Norte.

OPORTUNIDADES

O diretor do ISI-ER, do CTGAS-ER e do SENAI-RN, Rodrigo Mello, ressalta que o Brasil tem “gigantescas oportunidades” para viabilizar a atividade do Hidrogênio: a produção de hidrogênio sustentável a partir de biomassa e a produção a partir de energias renováveis, incluindo a energia eólica no offshore – ou seja, da energia prevista com futuros parques eólicos implantados no mar, uma frente de investimentos que está em processo de regulamentação e à espera dos primeiros licenciamentos ambientais no país.

Apenas na faixa do litoral que engloba o Rio Grande do Norte e o leste do Ceará, o potencial de geração eólica, medido, é de 140 Gigawatts (GW) de energia offshore, “o que representa 10 Itaipus de energia”, observa Mello, se referindo à maior usina hidrelétrica do Brasil e a uma das maiores do mundo.

Nacionalmente, o potencial também é considerado “gigante”. São 700 GW, “o que corresponde a 4 vezes toda a capacidade instalada que temos no país (considerando todas as fontes de energia)”, acrescentou o diretor do SENAI-RN.

O hidrogênio desponta nesse contexto, observa ainda ele, como possibilidade de insumo para uso em processos industriais, para utilização como combustível e também como meio de armazenamento da geração offshore – o que possibilitaria ao Brasil se tornar exportador de energia para outros países, em um contexto de crescente demanda mundial.

A oportunidade também é vista para estados como o Rio Grande do Norte, que já lidera a geração de energia eólica em terra e é apontado como uma das zonas mais promissoras para investimentos em parques eólicos no mar. Oito projetos previstos para o estado estão atualmente esperando licenças ambientais.

“Nós iremos incluir, na pauta de exportação brasileira, que historicamente é composta de commodities, de produtos de baixo valor agregado, certamente o produto mais estratégico para a humanidade no momento, que é a energia”, reforça Mello.

O hidrogênio é um gás chamado de hidrogênio verde quando a eletricidade usada no processo químico para obtê-lo – conhecido como eletrólise – vem de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica e solar. A produção a partir de gás metano, mais poluente, é mais comum atualmente ao redor do globo.