A adoção da banda larga 5G vai exigir uma maior preocupação com a segurança cibernética. Isso porque a nova tecnologia vai permitir uma maior conexão de dispositivos interligados ao mesmo tempo em uma mesma área, o que pode abrir brechas para invasores, alerta Euclides Lourenço Chuma, membro sênior do Instituto dos Engenheiros Elétricos e Eletrônicos (IEEE), maior organização profissional técnica do mundo dedicada ao avanço da tecnologia para a humanidade e pesquisador da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
“Por causa dessa grande inovação, permitindo uma maior quantidade de dispositivos conectados, vão ser necessários novos protocolos de segurança”, adverte. Segundo Chuma, a indústria vai precisar criar mecanismos para deixar esses artigos digitais – automóveis, eletrodomésticos, aparelhos vestíveis, entre outros – já configurados com um certo nível de segurança para serem comercializados. “Vai ser bom ter tudo conectado, mas com segurança.”
Uma das formas de proteção de invasões maliciosas nos vários dispositivos será a adoção de tecnologias como a blockchain – que é um livro-razão compartilhado e imutável usado para registrar transações, rastrear ativos e aumentar a confiança nas atividades – para dificultar ataques cibernéticos à aparelhos residenciais, veículos, criptomoedas e de dinheiro armazenado em bancos.
Países como Estados Unidos, Austrália e algumas nações da Europa já estão utilizando o 5G com sucesso. “Na Austrália, por exemplo, operários da construção civil já utilizam óculos de realidade virtual e streaming de 8K de 360 graus com câmeras de vídeo sem fio para analisarem como ficará a infraestutura de dutos no local da obra em construção”, descreve o membro do IEEE. No Brasil, a nova banda começou a operar, em julho, no Distrito Federal e, segundo a Anatel, deve chegar em breve em Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e João Pessoa.