Como a primeira matemática nos ensina viver a Filosofia hoje em dia

Sem fazer diferenciação entre teoria e prática, credos e costumes, Hipátia (370 d.C a 415 d.C), a primeira mulher matemática da História, deixou contribuições atemporais na área das ciências. No entanto, foi o modo como conduziu seus ensinamentos na cidade egípcia de Alexandria que ela estabeleceu seu principal legado: a postura filosófica diante da vida.

Mais de 1.600 anos após sua morte, ocorrida em 8 de março, sua biografia é registrada como aquela que em meio às diferenças, buscava a união, estimulando o desenvolvimento do pensamento intelectual autônomo e crítico. “Preserve o direito de pensar” é uma das frases atribuída à cientista.

Ela foi contemporânea de Sócrates e viveu cerca de 10 anos depois de Plotino, ocupando a mesma cadeira que ele dentro da escola neoplatônica, entre o século IV e V, época caracterizada como período de transição da Antiguidade para a Idade Média. Inventou equipamentos que auxiliaram na navegação, na astronomia e na medição da água e da umidade, como o hidrômetro e higroscópio e graças a ela a Aritmética foi simplificada.

A relação prática da ciência e a humanidade exemplificada por Hipátia é um dos temas abordados por Nova Acrópole, instituição de Filosofia, Cultura e Voluntariado com 65 anos e com sedes em mais de 50 países em todos os continentes.

A professora e filósofa de Nova Acrópole no Brasil, Lúcia Helena Galvão, lembra que Hipátia dizia que compreender as coisas deste mundo é uma via segura de percepção da inteligência divina, destacando sua célebre frase “Compreender as coisas que nos rodeiam é a melhor preparação para compreender o que há mais além. A Filosofia não é um sistema de crenças, mas o amor à sabedoria, a busca pela Verdade e esse caminho não exclui ou segrega”.

O professor José Carlos Fernandez, diretor nacional de Nova Acrópole em Portugal, no prólogo do seu livro “Viagem Iniciática de Hipátia: Na Demanda da Alma dos Números”, ressalta o exemplo de Hipátia que buscou aquilo que unia a todos, o que não significava ocultar os fatos, mas penetrar no sentido mais elevado dos acontecimentos, no esforço da alma humana que avança diante das dificuldades e além dos ciclos históricos.

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