Donald Pettit, um dos astronautas da Nasa a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) impressionou esta semana ao publicar uma imagem rica em detalhes da órbita da Terra em suas redes sociais. A astrofotografia tem sido considerada por diversos especialistas como um dos melhores – ou mesmo o melhor – registro do tipo já compartilhado. A gente explica por quê.
O registro é um prato cheio para astrônomos: ele possibilita enxergar o núcleo da Via Láctea, a luz zodiacal (luz solar difundida pela poeira interplanetária), as faixas de satélites Starlink, estrelas individuais, a atmosfera em tom amarronzado devido às emissões de hidróxido, um nascer do Sol e algumas cidades noite adentro.
A foto foi descrita no X (antigo Twitter) por Andrew McCarthy, fotógrafo conhecido, sobretudo, por suas imagens de lançamentos de naves para o espaço, como “a melhor astrofotografia já capturada da ISS”. E é difícil discordar, principalmente se considerarmos as dificuldades técnicas para tirar uma foto com tantos detalhes assim.
Dificuldades técnicas da foto
Vale lembrar que o instantâneo foi feito da janela do módulo Crew Dragon Freedom, acoplado à ISS, que gira ao redor do planeta à velocidade de 8 km/s (muito, muito rápido). Além disso, as condições peculiares de luz no espaço, onde os objetos celestes sempre são mais brilhantes do que o fundo estelar, tornam tudo ainda mais difícil.
Por isso, é realmente de se aplaudir o que Pettit conseguiu fazer. Com um arsenal limitado de câmeras, lentes e planos, ele basicamente desenvolveu seu próprio dispositivo rastreador de estrelas que pode fornecer exposições que duram muitos segundos sem criar rastros, o que explica a clareza da imagem em sua parte superior.
Fonte: Revista Galileu