Como os satélites de Elon Musk estão atrapalhando astrônomos do mundo todo

Segundo dados da União Internacional de Telecomunicações, uma agência da ONU, 2.6 bilhões de pessoas não têm acesso à internet. Mas esse número está diminuindo — muito graças às empresas de internet via satélite. Uma parte considerável desse mercado está com a Starlink, serviço que se orgulha de sua altíssima cobertura. Ela é operada pela SpaceX, empresa aeroespacial do bilionário Elon Musk. Atualmente, existem cerca de 6 mil satélites da Starlink orbitando a Terra, fornecendo internet para vários cantos do planeta. O plano de Musk é aumentar ainda mais essa cobertura, dobrando o número de satélites para 12 mil até 2027.

Mas essa ambição toda do bilionário pode causar vários problemas para a comunidade astronômica. Acontece que a presença de satélites na órbita terrestre atrapalha imagens de estrelas e outros planetas, materiais importantíssimos para pesquisadores da área.

“Photobombing”
A luz vinda de um planeta ou estrela distantes é muito fraquinha. Por isso, as câmeras que registram o espaço precisam ter um tempo de exposição muito alto – elas passam muito tempo abertas, captando a luz necessária para gerar a imagem final. Nesse período, qualquer coisa que passar na frente vai aparecer na foto, desde um planeta, um asteroide, uma estrela cadente ou um satélite.

O número de satélites na órbita da Terra aumentou drasticamente em pouquíssimo tempo. Em 2003, eram 830 satélites; 20 anos depois, esse número subiu para 9115 equipamentos ativos – em julho de 2023, 4.500 satélites da Starlink estavam em órbita. E foi só agora que começamos a ter um pouco mais de noção de seus impactos na astronomia.

Desde 2019, quando foram lançados os primeiros satélites Starlink, astrônomos já cantavam a bola de que eles seriam uma pedra no sapato da área.

O objetivo de um satélite é receber um sinal vindo da Terra e refleti-lo de volta, para um outro ponto. No caso da TV por exemplo, o sinal original da emissora é enviado para o espaço, um satélite pega esse sinal e o manda de volta para a superfície amplificado. A antena da sua casa vai captar esse sinal, e é assim que você consegue assistir ao seu programa favorito.

Fonte: Revista Galileu