Consumo das famílias em Natal cresce pelo sexto mês seguido, mas continua abaixo da média nacional

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) em Natal atingiu 80,4 pontos em maio de 2025, segundo levantamento divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na quinta-feira (22). O resultado representa um crescimento expressivo de 28,3% em relação aos 62,7 pontos registrados no mesmo período do ano passado, marcando o sexto mês consecutivo de alta no comparativo anual.

Apesar do avanço, o índice segue abaixo do patamar considerado positivo — que começa a partir de 100 pontos — e coloca Natal entre as capitais com menor intenção de consumo do Nordeste, à frente apenas de João Pessoa (66,7 pontos). A média nacional está em 101,5 pontos.

Os dados revelam uma recuperação gradual no cenário local, ainda limitada por fatores como baixo dinamismo econômico e fragilidades estruturais. A análise por faixa de renda mostra que as famílias que ganham até 10 salários-mínimos puxaram a alta, com crescimento de 35,4% no índice geral e aumento de 104% na disposição para compra de bens duráveis. Já entre as famílias de maior renda, o consumo recuou 7,6%, com destaque negativo para o item “bens duráveis”, que caiu 26%.

Na variação mensal, o ICF apresentou retração de 3,1 pontos em relação a abril, reflexo de um recuo tanto entre os consumidores de menor quanto de maior renda, o que evidencia um cenário ainda volátil.

Para o presidente do Sistema Fecomércio RN, Marcelo Queiroz, o resultado de maio reflete uma dinâmica de recuperação sustentada, mas insuficiente para equiparar-se ao desempenho médio nacional ou ao de capitais nordestinas mais robustas, afirmou. “O crescimento do consumo entre as faixas de menor renda mostra que as políticas de estímulo ao emprego e de transferência de renda têm gerado impactos positivos, mas é preciso atenção à retração entre os consumidores com maior poder aquisitivo. Essa perda de tração pode sinalizar incertezas maiores no médio prazo, especialmente sobre crédito e perspectivas de consumo”, concluiu.