O grupo técnico (GT) que cuida da área de Saúde na equipe de transição de governo trouxe à tona, nesta sexta-feira (25), uma série de preocupações dos aliados de Lula (PT) em relação ao panorama de dados do Ministério da Saúde (MS) e outros apontamentos sobre problemas gerados pela gestão Bolsonaro. Após reunião com o Tribunal de Contas da União (TCU), o ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão disse que há “uma série de evidências e que apontam para possíveis crimes”.
A declaração foi dada depois de o GT mencionar o documento final produzido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, ocorrida no Senado durante a pandemia. “O primeiro ponto [da reunião] foi referente à análise pelo tribunal de dados do relatório da CPI que estão em processamento. Existe uma série de evidências e documentações que apontam pra crimes, omissões, pra situações extremamente graves, e nós vamos, então, ter acesso a esses relatórios.”
Outro aspecto abordado pelo grupo com o TCU foi a solicitação para ter acesso a um relatório do tribunal que trata das Organizações Sociais de Saúde (OSS), instituições filantrópicas do terceiro setor que gerenciam serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) por meio de parcerias. Temporão disse que há atualmente mais de mil contratos dessa natureza no país e todos eles operam sem regulamentação, com os próprios municípios definindo critérios, modus operandi, entre outras coisas.
“O TCU fez uma análise sobre isso e deverá fazer correções e recomendações de adequação dessa situação”, disse, ao sugerir que a equipe do novo governo pretende se basear nesse direcionamento a ser dado pela Corte de contas.
O terceiro ponto considerado de relevância pela equipe diz respeito aos hospitais federais localizados no estado do Rio de Janeiro.
“Vivemos uma situação extremamente grave de degradação, sucateamento, fechamento de leitos. Milhares de contratos vencem agora em dezembro e estamos sendo procurados pelos sindicatos de trabalhadores extremamente angustiados com essa situação. Lembrando que, durante a pandemia, essa rede federal, que teria sido fundamental retaguarda pra leitos de terapia intensiva, se omitiu completamente, não participou da oferta de serviços. Então, temos um caso específico no Rio de Janeiro de extrema gravidade e o TCU nos dará insumos, informações que terão desdobramentos importantes a seguir”, disse o ex-ministro.
Fonte: Site Brasil de Fato