Após uma vistoria na manhã desta quinta-feira (23), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (Crea-RN) contrariou posição do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Estado (Itep), e afirmou que a Ponte de Igapó sofreu uma “fratura” após uma explosão que aconteceu na última terça-feira (21).
A presidente do Crea-RN, a engenheira civil Ana Adalgisa Paulino, disse que os indícios encontrados no local apontam que o dano encontrado em parte da estrutura foi causado pelo artefato. Os engenheiros que participaram da visita informaram que o local deve permanecer interditado ao tráfego de veículos até que haja uma obra de recuperação.
“Naquela área onde teve a explosão, que você vê a exposição da ferragem, você não vê ela corroída, não tem ferrugem, digamos assim, ela está intacta, está protegida, o que vem alimentar e nos dar mais certeza de que essa estrutura está exposta devido à explosão”, declarou.
O trecho em questão já está interditado ao fluxo de veículos por causa das obras de reforma da avenida Felizardo Moura. No entanto, existe a perspectiva de que o tráfego seja liberado sobre ele nos próximos meses.
“O Crea-RN vai recomendar ao Dnit, iremos entregar o relatório na próxima semana, a recuperação imediata desse trecho. Nós vamos recomendar que só possa ter tráfego de volta nessa área quando esse trecho for devidamente recuperado. A ponte vai cair? Não. Mas você vai aumentar o tráfego, um tráfego intenso só em uma via que já está com uma fratura. E não é uma fratura tão simples. Então, para não ampliar isso ai, a gente vai recomendar que o Dnit faça emergencialmente a recuperação dessa área”, afirmou.
“Do jeito que está, não pode ter passagem de veículo”, reforçou o engenheiro Fábio Pereira, conselheiro do Crea-RN e coordenador do curso de engenharia civil de uma universidade particular de Natal, que também participou da vistoria.
“Essa estrutura é uma estrutura transversina em concreto protendido. O grande problema do concreto protendido é que ele não avisa a sua ruptura. Com o artefato que teve, com a explosão, ocorreu a liberação da cordoalha protendida, ou seja, ela não está mais em funcionamento, e é o que dá sustentabilidade ao tabuleiro (a parte de cima da ponte)”, detalhou.
Itep diz que explosão não causou danos
Após realizar uma perícia na manhã de quarta-feira (22). o Instituto Técnico-científico de Perícia do RN (Itep-RN) considerou que a explosão não havia causado danos.
“Foi visto que não houve nenhum dano em decorrência dessa explosão, considerando que o artefato era composto por pólvora prensada”, explicou o diretor do Itep, Marcos Brandão.
De acordo com o diretor, a pólvora “tem um baixo poder de detonação, consequentemente não tinha potencial ou condições de abalar a estrutura da ponte”.
Fonte: G1RN