Crea tem R$ 24 milhões em caixa: Os gastos milionários do CREA-RN com diárias, jardinagem e coquetéis

Dono de uma receita milionária, avaliada em cerca de R$ 24 milhões em caixa, conforme dados do seu próprio portal da transparência, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea/RN) tem gastos altos com jardinagem, contratação de buffet e pagamento de diárias, entre outros. Somente com essas três rubricas, o Crea investiu quase R$ 4 milhões desde que a presidente licenciada Ana Adalgisa Dias assumiu a entidade em janeiro de 2018, até julho deste ano. Paralelo a isso, os investimentos em cursos e capacitações para os profissionais associados, no mesmo período, foi de apenas R$ 246,2 mil.

De 2018 para cá, o Crea já gastou mais de R$ 2,2 milhões com o pagamento de diárias de seus conselheiros, funcionários e colaboradores. Os números revelam uma tendência crescente entre o primeiro e o segundo ano do primeiro mandato de Ana Adalgisa, quando o gasto com diárias passou de R$ 420 mil em 2018 para R$ 574,2 mil no ano seguinte.

Já em 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19, o Crea direcionou cerca de R$ 113,7 mil para o pagamento de diárias. Impulsionado pelo distanciamento social adotado no Estado e a suspensão temporária das atividades presenciais, a redução de gastos com a rubrica foi de 80,2%, se comparado ao ano anterior.

Em 2021, com o retorno gradativo às atividades presenciais, o Crea voltou a investir em atividades externas e fechou o ano pagando mais de R$ 232,7 mil em diárias. Já no ano passado, o gasto da entidade com o pagamento de diárias voltou ao patamar registrado no ano antes da pandemia. Assim, o Crea pagou mais de R$ 545,8 mil em diárias para seus conselheiros, funcionários e colaboradores. Já nos sete primeiros meses deste ano, a entidade investiu cerca de R$ 321,5 mil em diárias.

Enquanto investe alto no pagamento de diárias, o Crea/RN possui um investimento tímido em serviços de seleção, treinamento e orientação profissional. Nestes dois triênios da gestão de Ana Adalgisa Dias, o valor total investido na rubrica foi de apenas R$ 246,2 mil, embora tivesse previsão orçamentária para investir R$ 468,5 mil. Ou seja, a gestão investiu 52,55% do que poderia, na capacitação profissional de seus associados.

Segundo o candidato à Presidência do Crea/RN pela oposição, engenheiro Alessandro Araújo, os recursos milionários do Crea são oriundos de receitas e pagamentos de ARTs, taxas, atividades desenvolvidas pela entidade e outros complementos. E que apenas certidão de registro e quitação de pessoa jurídica e a certidão de registro e quitação de pessoa física duas coisas que não são cobradas.

“Hoje, o conselho tem cerca de R$ 24 milhões em caixa, oriundo de receitas e valores que os profissionais pagam. É um valor muito alto. O Conselho não é banco e a gente tem que entender que existe uma necessidade muito grande dos profissionais. Esses recursos precisam ser investidos em benefício dos profi ssionais”, disse.

Ele defende que os recursos em caixa, por seus valores altos, devem ser empregados em capacitação e benefícios aos profissionais. “Esses recursos podem ser empregados benefícios aos profissionais, como capacitação, concessão de vantagens e prerrogativas. Os associados só têm pagamentos, sem nenhum benefício, então, defendo que os recursos possam ser revertidos aos profissionais do Crea/RN”, defendeu.

Fonte: Diário do RN

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