Cuidado com as Palavras: A urgente necessidade de checagem no Jornalismo

Na era da informação rápida e das redes sociais, o papel do jornalista, e por extensão do blogueiro, se torna cada vez mais importante. Recentemente, o blogueiro Gustavo Negreiros se viu obrigado a publicar duas notas de retratação em seu blog, um claro sinal dos perigos que as informações mal apuradas podem trazer. Suas falhas nas reportagens sobre o “Projeto Sífilis, Não” e sobre o ex-senador Jean Paul Prates não são apenas erros pessoais, mas reflexos de uma crise mais profunda que permeia o jornalismo contemporâneo — a falta de responsabilidade na checagem de informações.

Em suas notas, Negreiros admite que as informações que divulgou estavam incorretas. A primeira retratação, na qual ele alegava que Ricardo Alexsandro de Medeiros Valentim havia usado recursos de um projeto governamental para custear viagens pessoais, mostra como uma afirmação mal respaldada pode manchar a reputação de um indivíduo. A defesa de Valentim esclareceu que as despesas foram pagas com seu próprio cartão de crédito, desmistificando a narrativa que havia sido criada. Na segunda nota, a imputação de que o senador Jean Paul Prates controlava o IDEMA e praticava “venda de dificuldades” revela o quão fácil é propagar informações danosas sem a devida verificação.

Esses episódios nos forçam a refletir sobre a famosa frase de Immanuel Kant: “A verdade é a essência do que se comunica”. No entanto, o que acontece quando essa essência é distorcida? O resultado é um efeito dominó que pode destruir carreiras e reputações. As retratações de Negreiros não são apenas uma tentativa de reparar danos; elas são um lembrete sobre a necessidade de uma ética sólida no jornalismo e na blogosfera. A responsabilidade de quem comunica é imensa, e a checagem de fatos deve ser uma prioridade inegociável.

A confiança do público nos meios de comunicação está em um estado vulnerável. As fake news proliferam como ervas daninhas, e cada erro cometido por um jornalista ou blogueiro, por menor que seja, alimenta esse problema. A apuração rigorosa dos fatos não é apenas uma questão de ética; é uma obrigação moral frente à sociedade. A verdade deve ser a base de qualquer relato, e quando essa base é comprometida, todos perdem — desde o indivíduo afetado pela notícia até o leitor que busca informações confiáveis.

Portanto, é fundamental que cada profissional da comunicação, seja ele um jornalista tradicional ou um blogueiro, assuma a responsabilidade por suas palavras. A checagem de informações é um processo que deve ser sistemático e rigoroso. A era digital nos apresenta novos desafios, mas também novas ferramentas. Que possamos lembrar que a verdade não é apenas uma questão de credibilidade; é um pilar essencial para a construção de uma sociedade informada e justa. A responsabilidade do jornalista e de quem comunica é, em última análise, uma responsabilidade com a verdade.