Uma pesquisa na Cova Dones, localizada em Millares, na Espanha, sugere as primeiras interpretações das pinturas rupestres deixadas na caverna há cerca de 24 mil anos, durante o Paleolítico. Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Antiquity em 8 de setembro. Bem conhecida entre os habitantes da região, tendo sido frequentemente visitada por exploradores ao longo dos anos, a caverna só teve a sua importância arqueológica reconhecida mais recentemente. Em junho de 2021, pesquisadores das universidades de Saragoça, Alicante e Southampton descobriram cerca de 110 pinturas escondidas em câmaras parcialmente inundadas.
Ponto fora da curva
Embora a Espanha seja o país com o maior número de sítios de arte rupestre paleolítica, a maioria deles está concentrada no norte. “Quando iniciamos o levantamento sistemático das artes, percebemos que estávamos diante de um grande sítio, como os que podem ser encontrados em outros lugares da região da Cantábria”, lembra o autor Aitor Ruiz-Redondo, em nota à imprensa.
Segundo o pesquisador, o grande número de padrões artísticos, bem como a variedade de técnicas envolvida neles, fazem da gruta o mais importante sítio rupestre da costa oriental do Mediterrâneo da Península Ibérica. “É provavelmente a caverna paleolítica com maior número de registros descobertos na Europa desde Atxurra (Bizkaia), em 2015.”
Fonte: Revista GALILEU