Cientistas detectaram a primeira evidência de que a Terra e o universo estão inundados por ondulações do espaço-tempo chamadas ondas gravitacionais. A descoberta foi relatada nesta quinta-feira (29), numa série de artigos científicos no periódico The Astrophysical Journal Letters. A detecção inédita é resultado de 15 anos de observações feitas pelo North American Nanohertz Observatory for Gravitational Waves (NANOGrav), que usou dados de radiotelescópios para monitorar 68 estrelas mortas, chamadas pulsares, no céu.
Os pulsares agiam como uma rede de boias flutuando em um “mar” lento de ondas gravitacionais. “O efeito dessas ondas nos pulsares é extremamente fraco e difícil de se detectar, mas construímos confiança nas descobertas ao longo do tempo à medida que coletamos mais dados”, conta Katerina Chatziioannou, membro da equipe NANOGrav e professora-assistente de física no Caltech, em comunicado.
Apesar de não serem perceptíveis aos seres humanos, as ondas gravitacionais da nossa galáxia distorcem o espaço-tempo, fazendo com que tudo ao nosso redor — incluindo nossos corpos — se encolham lentamente e se espandam. Acredita-se que as ondas venham principalmente de pares de buracos negros supermassivos espiralando juntos antes de se fundirem.
“Temos uma nova maneira de investigar o que acontece quando monstruosos buracos negros nos núcleos das galáxias iniciam uma lenta, mas inexorável, espiral de morte”, diz Joseph Lazio, membro da equipe NANOGrav. “Achamos que esse processo é padrão para muitas galáxias e vimos muitos exemplos em várias etapas, mas finalmente estamos começando a vislumbrar uma das principais fases finais”.
Fonte: Revista GALILEU