CURIOSIDADE: Estudo revela como usamos as selfies para nos comunicarmos

Estudos já afirmaram que pessoas que tiram fotos de si mesmas, as chamadas selfies, têm três objetivos principais: autoexpressão, documentação e performance. Para chegar a essa conclusão, cientistas se baseiam em uso de hashtags, legendas e demais metadados. Uma pesquisa publicada na revista científica Frontiers in Communication nesta segunda-feira (30) buscou decifrar as fotos usando a opinião de 132 espectadores.

“Embora o termo ‘selfies’ esteja agora comemorando seu 21º aniversário, e embora as selfies sejam conhecidas na história da arte há quase 200 anos na fotografia e mais de 500 anos nas pinturas, ainda não temos uma classificação clara dos diferentes tipos de selfies”, disse em comunicado Tobias Schneider, principal autor do estudo e estudante de doutorado na Escola de Pós-Graduação em Ciências Afetivas e Cognitivas da Universidade de Bamberg, na Alemanha.

Julgando fotos
Para entender os significados atribuídos as imagens, foi pedido que os participantes da pesquisa, recrutados de forma online, descrevessem suas primeiras impressões sobre uma amostra aleatória de 15 selfies retiradas da base de dados Selfiecity.

“A maioria das pesquisas aborda fatores visuais diretos, negligenciando os fatores associativos que os espectadores têm em mente ao navegar em nosso mundo orientado para a selfie”, disse Claus-Christian Carbon, autor sênior da pesquisa. Foram selecionados 1.001 autorretratos no total, cujos requisitos eram: não conter texto e ter sido tiradas pela própria pessoa com uma câmera de celular, usando as mãos ou um bastão de selfie. Elas foram apresentadas em tamanho padrão e em um fundo cinza.

As reações espontâneas dos espectadores foram escritas em caixas de textos fornecidas junto com as fotos. Assim, as opiniões foram divididas em 26 categorias pelos pesquisadores – como humor, personalidade, estilo, atratividade, espelho, entre outras – e então essas categorias foram agrupadas de acordo com a frequência com que apareciam, sugerindo que os entrevistados seriam capazes de captar a linguagem visual das imagens.

Cinco agrupamentos, ou “perfis semânticos”, foram identificados. O maior foi chamado de “Estética”, englobando selfies que mostravam estilo ou experiência estética, em seguida, veio “Imaginação”, com fotos que levaram os entrevistados a imaginar o que o autor da foto estava fazendo ou onde estava. Depois, “Traço” inclui as imagens com comentários ligados a personalidade.

As fotos em “Estado” refletiam o humor ou a atmosfera e, em “Teoria da mente”, levavam os entrevistados a fazer suposições sobre a identidade ou os motivos do autor da selfie. “Ficamos bastante impressionados com a frequência com que a categoria ‘teoria da mente’ foi expressa, porque essa é uma maneira muito sofisticada de comunicar sentimentos e pensamentos internos”, disse Schneider.

Fonte: Revista GALILEU