Um novo estudo desenvolvido por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências aponta mais indícios de que os povos nativos americanos que aqui viviam há milhares de anos descendem de antigos siberianos que, no passado, cruzaram o Estreito de Bering — uma faixa de terra que se formou devido as condições climáticas extremamente frias, criando uma ponte entre onde hoje existem a Rússia e os Estados Unidos.
Porém, a partir de novos estudos genéticos, geológicos e arqueológicos, foram apontadas evidências que sugerem a chegada de outros grupos humanos às Américas advindos de várias partes da Eurásia. Para chegar às descobertas, foi utiizado o DNA mitocondrial para o rastreio de uma linhagem feminina que vai desde o norte da China até o continente americano.
Já há muitos anos é reconhecido que os antigos povos americanos possuem ancestrais advindos da Sibéria, que teriam vindo pelo já mencionado Estreito de Bering. Porém, a ligação recém apontada entre a linhagem de DNA mitocondrial D4h3a (típica de nativos americanos) e D4h3b (encontrada somente no leste da China e Tailândia) levanta a hipótese de que a ancestralidade americana é ainda mais variada.
Avaliando cruzadamente o DNA mitocondrial contemporâneo e antigo, a equipe de pesquisadores apontou evidências de, ao menos, duas migrações da Ásia para a América: uma ainda durante a última era glacial, e outra no período de derretimento dessas geleiras, que se sucedeu.
“A ascendência asiática dos nativos americanos é mais complicada do que o indicado anteriormente”, afirma, em nota, o antropólogo molecular da Academia Chinesa de Ciências Yu-Chun Li.
Fonte: Revista Aventuras Na História