Mais de 27 mil detritos espaciais são de conhecimento da NASA e estão sob a vigilância de um setor do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Só que não são os únicos. A própria agência admite a existência de fragmentos pequenos demais para serem rastreados, mas que ainda apresentam um risco potencial para missões espaciais. Dentre esses fragmentos estão asteroides e fragmentos de rocha: detritos naturais do espaço, que atingem a Terra e vão e vêm nos radares; e também os detritos artificiais: objetos colocados em órbita por humanos e que não têm mais utilidade, como satélites desativados e estágios de naves abandonadas.
Mas e aqui embaixo? Estamos em perigo? Um estudo levou em conta dados do passado, o caminho de objetos na órbita e a demografia dos territórios abaixo deles para quantificar os riscos que eles possivelmente apresentam de cair aqui na nossa cabeça. Primeiro, os pesquisadores filtraram por satélites cujas órbitas tinham o ponto mais perto da Terra, chamado de perigeu, com até 600 quilômetros de distância da superfície. Esses corpos, formados principalmente por partes antigas de foguete, têm certa inclinação em sua órbita quando comparados à Linha do Equador. Somadas à densidade populacional debaixo de cada órbita, eles calcularam a probabilidade de que um desses tecos de foguetes atinja alguém.
Em seguida, os pesquisadores pegaram o número de vezes em que os corpos de foguete entraram novamente na atmosfera, de forma não controlada, nos últimos 30 anos, e projetaram esses números para a próxima década. A soma dessas informações é a base de seu modelo.
Os cientistas descobriram que as chances de reentrada desses detritos é pequena. Calcularam uma “expectativa de casualidades”; o risco à vida gerado por esse lixo. A chance de que alguém, em algum lugar, se machuque por causa da queda de um detrito espacial é de 10% na próxima década. Essa estimativa é vista como conservadora, já que mais e mais foguetes são lançados a cada ano.
Veja bem (e fique calmo): isso significa que existe 10% de chance de que, nos próximos dez anos, ocorra uma morte por esse motivo; não que, ao sair de casa, haja 10% de chance de você levar um propulsor de foguete na cabeça.
Fonte: Revista Superinteressante