CURIOSIDADE: Papel higiênico, miolo de pão, saco plástico – as alternativas das brasileiras que não conseguem comprar absorventes

O termo pobreza menstrual, trend topic nas redes nos últimos tempos, merece explicação. Tema até de documentário vencedor do Oscar, em 2019 (Absorvendo o Tabu, disponível no Netflix), ele diz respeito a um problema que afeta, impacta e oprime milhares de brasileiras. Você já parou para pensar em como a falta de acesso a itens básicos de higiene, como é o caso do absorvente, pode provocar insegurança e falta de confiança na vida de uma mulher?

Se com ele, a luta feminina no dia a dia já não é fácil, sem ele os sentimentos de exclusão e isolamento se multiplicam. “Isso sem falar que a pobreza menstrual impacta também na saúde física das meninas e mulheres, pois quando usam papel higiênico, papel toalha e pano velho para a substituir o absorvente, podem ter sérios problemas de saúde”, observa a pesquisadora e antropóloga Mirian Goldenberg que, junto com Always e Toluna fez um grande levantamento* sobre o tema.

Além de ser uma questão séria de saúde, a pobreza menstrual afeta a confiança de meninas e mulheres e causa evasão escolar. E essa, definitivamente, não precisa ser uma das muitas barreiras que meninas precisam superar ao longo da vida em pleno anos 2020.

Segundo o estudo, uma entre cada quatro jovens não se sente confortável nem mesmo em falar sobre a menstruação, e mais da metade (57%) das mulheres afirmaram que a primeira menstruação as deixou menos confiantes. A busca por informação na primeira menstruação vem quase que totalmente da mãe (79%) e o absorvente foi considerado pelas entrevistadas como um produto de primeira necessidade. Porém, mais de uma em cada quatro jovens (29%) revelou não ter tido dinheiro para comprar produtos higiênicos para o período menstrual em algum momento de suas vidas.

Nas classes D e E, esse índice é ainda maior (33%). Quase metade destas (48%) tentaram esconder que o motivo foi a falta de absorventes e 45% acredita que não ir à aula por falta de absorventes impactou negativamente o seu rendimento escolar. Três em cada quatro afirmam que o período menstrual tem um impacto muito negativo na sua confiança pessoal. Para meninas cria-se um ciclo vicioso: ao faltar às aulas, elas ficam para trás nos trabalhos escolares, deixando de participar de atividades que ajudam a aumentar sua confiança e habilidades (35%, por exemplo, deixaram de praticar esportes e sentiram muita vergonha pela falta de produtos menstruais na escola).

Fonte: Revista Vogue Brasil

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