De imagens sensuais a sexo explícito: brasileiros contam como ganham dinheiro no OnlyFans

Cezar Augusto, de 27 anos, queria comprar um carro novo, mas diz que, com o salário de coordenador de projetos de uma agência de eventos de uma cidade do interior, teria que abrir mão de muita coisa para isso. Foi assim que ele começou a ganhar dinheiro compartilhando fotos e vídeos sensuais na internet.

Cezar criou um perfil no OnlyFans, no qual pessoas vendem conteúdos de diversos temas, mas que se popularizou uma plataforma de material erótico. Em três meses, ele diz que conseguiu ganhar o suficiente para comprar o carro. “O dinheiro veio mais rápido do que eu imaginei.” Mas ele preferiu adiar seu plano e investir o valor em aplicações financeiras.

Muitos outros brasileiros recorreram ao serviço para ganhar dinheiro no último ano. Criado em 2016 pelo britânico Tim Stokely, o OnlyFans tem criadores de conteúdo de todos os gêneros, corpos e nacionalidades.

Os usuários se exibem de formas que vão de simples fotos sensuais a cenas de sexo explícito. Ganham ao vender materiais exclusivos ou conquistando assinantes — os pagamentos são em dólar. Os criadores ficam com 80% dos valores, e o OnlyFans, 20%.

Durante a pandemia de covid-19, muita gente viu no site uma salvação financeira em meio à crise, e o número de usuários cresceu exponencialmente. O OnlyFans afirma ter hoje mais de 130 milhões de membros no mundo — eram 20 milhões antes do coronavírus —, e mais de 1,25 milhão deles são criadores de conteúdo. Atualmente, 500 mil novos usuários se inscrevem diariamente, diz a empresa à BBC News Brasil.

Há criadores que conseguem ganhar muito dinheiro, segundo o OnlyFans. O site estima que mais de 300 pessoas já receberam mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões).

Mas, por trás da ilusão de dinheiro fácil, há uma rotina de trabalho intenso, na busca por formas para agradar os assinantes, além do risco do vazamento indevido de imagens pessoais. Isso demanda uma atenção extra com as políticas da plataforma e às mudanças que ela pode fazer no modelo de negócios, o que pode afetar quanto dinheiro entra na conta de quem divulga conteúdo por lá.

Fonte: BBC News Brasil