Pesquisadores conseguiram coletar sequências genéticas de dentes fossilizados pertencentes a uma antiga espécie de hominídeo que ocupou o território africano há 2 milhões de anos. Até então, os registros mais antigos do grupo tinham apenas 18 mil anos. Por isso, pesquisadores acreditam que os novos achados podem ajudar a compreender melhor a árvore genealógica humana.
Em estudo disponibilizado online, ainda sem publicação revisada por pares, os autores indicam que o material genético proteico analisado foi extraído de fósseis dentários do Paranthropus robustus. Os quatro exemplares foram encontrados na caverna Swartkrans, localizada a 40 quilômetros de Joanesburgo, capital da África do Sul.
À revista Nature, Katerina Douka, cientista arqueológica da Universidade de Viena, na Áustria, comentou que os resultados encontrados são “incríveis”. “Em idades avançadas como essa, é comum que os restos mortais tenham quase virado pedra”, disse a especialista, que não participou da pesquisa.
Os autores acreditam que os dentes mantiveram-se preservados em razão de um processo de “cimentação extensa” na caverna. Mais do que isso, eles têm a hipótese de que os exemplares tenham se acumulado como resultado de inundações repentinas, havendo até a possibilidade dos seus donos nem ao menos serem do mesmo agrupamento.
Análise dos achados
Para realizar a pesquisa, a equipe liderada por Enrico Cappellini fez uso de espectrometria de massa. A técnica possibilitou analisar centenas de aminoácidos no esmalte dentário de cada uma das amostras encontradas.
Fonte: Revista GALILEU