O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é uma condição neuropsiquiátrica caracterizada por desatenção, impulsividade e hiperatividade, que podem afetar o desenvolvimento de crianças e adultos. Cercadas por estigmas, as pessoas com esse diagnóstico enfrentam desafios na convivência social, desempenho escolar e na busca por tratamento, além de não encontrarem adaptação nos ambientes escolares e de trabalho para atender às suas necessidades.
Desenvolvida na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), a tese de Luis Farhat apresenta uma revisão sistemática da bibliografia sobre a incidência, origem e tratamento do TDAH. Nela, o pesquisador revela avanços no entendimento do transtorno ao longo do desenvolvimento e enfatiza a necessidade de diretrizes atualizadas.
“É importante os profissionais se manterem constantemente atualizados. Lerem pesquisas. Existem recomendações clínicas de entidades adotadas que não são necessariamente baseadas em evidências”, aponta o pesquisador.
“A medicina às vezes é vista de forma muito técnica, como um fluxograma de diagnóstico e tratamento, mas é importante lembrar que é uma ciência em constante mudança”, destaca. Para ele, é preciso que o tratamento considere os sintomas e os prejuízos associados de maneira individual. “É importante entender as demandas específicas de cada pessoa e envolver pacientes e famílias no processo de decisão sobre riscos e benefícios do tratamento de maneira compartilhada”, prossegue.