Dirigente do MCTI aponta LAIS/UFRN como um dos novos Centros de Acesso e Pesquisa em Tecnologia Assistiva do Brasil

O coordenador-geral de Tecnologias Assistivas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Milton Pereira de Carvalho Filho, realizou, no último dia 4, uma visita técnica ao Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS/UFRN). Nas bases de pesquisa, ele conheceu alguns projetos nas áreas de Tecnologias Assistivas para pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) e uma bengala que emite alerta de obstáculos físicos para cegos. Também teve acesso aos estudos de saúde auditiva para bebês e ações de audiologia voltadas para crianças e adolescentes em idade escolar, de cuidados com a saúde bucal por meio de uma caneta odontológica à plasma e, ainda, a um dispositivo tecnológico que auxilia no diagnóstico precoce da osteoporose.

Cego congênito, Milton Filho é servidor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), na qual está lotado como revisor de textos em Braille. Há alguns anos, as placas das portas das bases do Laboratório potiguar receberam versões escritas em Braille. Ao saber disso, o dirigente do MCTI fez questão de realizar a leitura tátil de cada uma delas e, assim, foi descobrindo a diversidade de ideias inovadoras colocadas em prática pelo LAIS/UFRN. Por conviver com os desafios impostos pela deficiência, o gestor público tem se empenhado em disseminar, em todo o Brasil, as ações do Novo Viver sem Limite, programa interministerial que prevê investimentos em acessibilidade e tecnologia assistiva.

Dentre as propostas desse programa, estão os Centros de Acesso e Pesquisa em Tecnologia Assistiva (Captas), pensados pelo MCTI em parceria com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). O projeto de implantação está em fase de identificação de cinco instituições, uma em cada região do país, para receber essa iniciativa. Na reunião que marcou o encerramento da visita ao LAIS/UFRN, veio a boa notícia: “o LAIS tem um potencial na sua área de pesquisa e desenvolvimento. Ele se torna estratégico para ser um Capta, uma referência, tanto na construção, quanto na sua implementação”, declarou Milton Filho.

Os investimentos previstos no Novo Viver sem Limite devem chegar a R$ 6,5 bilhões em ações distribuídas por quatro eixos: gestão inclusiva e participativa; enfrentamento à violência e ao capacitismo; acessibilidade e tecnologia assistiva e promoção do direito à educação, à assistência social, à saúde e aos demais direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.

Além do anúncio de que o LAIS/UFRN será indicado para ser um desses centros, também deverá ser feito um convite formal para que o diretor executivo do LAIS/UFRN, Ricardo Valentim, faça parte do Grupo de Trabalho que irá discutir todo o processo de instalação dos Captas. “Gostaria de agradecer pela indicação e pelo reconhecimento ao LAIS e destacar que é a primeira vez que nós somos convidados pelo MCTI para debater políticas públicas nas áreas de inovação e tecnologia, dentro de um GT. Temos muito a contribuir com essas discussões”, celebrou Valentim.