Dólar: o que esperar com o retorno de Donald Trump à Casa Branca?

Boa parte dos economistas aposta em um dólar forte em 2025. O mais recente boletim Focus do Banco Central, que reúne as estimativas de dezenas de instituições financeiras para uma série de indicadores macroeconômicos, aponta para um dólar a R$ 6 até o fim do ano. A moeda americana cruzou esse patamar em novembro do ano passado, poucos dias depois da eleição americana, e praticamente não voltou mais.

Uma das razões é a expectativa em torno da política econômica do segundo mandato de Donald Trump à frente da Presidência dos Estados Unidos. Para entender exatamente como o retorno do republicano vai impactar o dólar é preciso aguardar o anúncio formal das medidas econômicas, observar os efeitos que elas vão produzir na prática e a reação dos países afetados.

A agenda que ele vendeu na campanha e sinalizações recentes dadas por ele e por sua equipe, contudo, têm sedimentado a ideia de que o cenário é de dólar fortalecido.

Uma das medidas apontadas por economistas com maior potencial nesse sentido são as tarifas que Trump prometeu impor sobre praticamente todos os produtos que os Estados Unidos importam, especialmente os chineses.

Elas não vieram em enxurrada logo depois da posse nesta segunda-feira (20/1), como temiam alguns especialistas, o que pode sinalizar maior gradualismo.

Em vez disso, Trump assinou um decreto que prevê que as agências federais do governo façam uma ampla revisão da política comercial americana, buscando práticas comerciais desleais de parceiros dos EUA.

Os relatórios devem começar a chegar à mesa do presidente em 1º de abril e podem municiar sua agenda tarifária neste segundo mandato.

Na segunda, ele disse a repórteres estar considerando taxar o México e o Canadá em 25% em 1º de fevereiro porque esses países, segundo ele, vinham permitindo que “um número massivo de pessoas entrassem e que o fentanil entrasse” pelas fronteiras com os EUA.

Também declarou que “poderia” impor uma tarifa universal a todos os importados que entrassem no país, argumentando que “essencialmente todos os países tiram proveito dos EUA”.

Fonte: BBC Brasil