Ecossistema tecnológico favorece a tomada de decisão na saúde global, segundo LAIS

Mais de 16 mil vidas salvas e 24 mil leitos regulados. Essas são algumas das marcas alcançadas pelos sistemas de assistência, monitoramento e gestão pública na área da saúde produzidos pelo Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LAIS/UFRN). Atuando no combate à covid-19 no estado do RN, as plataformas Regula RN, Fiscaliza RN, Salus e RN Mais Vacina, entre outras, foram tema da palestra e do café com ideias Relevância de ecossistemas tecnológicos em crises de saúde pública.

O debate fez parte do segundo dia de programação da 3ª Conferência Internacional de Inovação em Saúde, promovida pelo LAIS, em Natal. O diretor executivo do LAIS, professor Ricardo Valentim, foi o responsável pela explanação inicial e pelo comando do debate, que contou com a participação de pesquisadores do Brasil, Estados Unidos, Espanha e Chile.

Antes de iniciar o debate com os pesquisadores convidados, professor Ricardo Valentim falou da importância de transformar dados em informações, para orientar a tomada de decisão do gestor público. “Nunca se teve acesso a tantos dados. Mas os dados não bastam. Precisamos transformar esses dados em informações”, reforçou o diretor do LAIS. Essa transformação é o foco dos ecossistemas tecnológicos, fazendo com que se encontrem soluções para problemas existentes na saúde global.

Como exemplo, Valentim citou o trabalho realizado por pesquisadores do LAIS durante a pandemia, criando um ecossistema, com ferramentas que estão à disposição dos gestores públicos. “O ecossistema tem uma gama de informações necessária para que se tomem decisões acertadas, com transparência e equidade”, frisou.

Café com ideias
Em seguida à palestra, os convidados ao debate tiveram oportunidade de apresentar as suas experiências ligadas ao tema central. Participaram do Café com Ideias Cipriano Maia Vasconcelos, secretário de Saúde Pública do RN; José Manuel Bautista, pesquisador da Universidad Complutense de Madrid (UCM); Nésio Fernandes Júnior, secretário de Estado da Saúde do Espírito Santo e Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS); Giliate Cardoso Coelho Neto, pesquisador da Escola Paulista de Medicina Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP); Roberto Tapia Hidalgo, coordenador da Unidade Técnica de Sistemas e Serviços de Saúde e Capacidades Humanas para a Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS/OMS) no Brasil; Rifat Atun, professor de Sistemas Globais de Saúde da Universidade de Harvard, e Eduardo Barbosa Coelho, coordenador de Gestão da Pesquisa e Inovação Tecnológica em Saúde Empres Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

Cada um dos pesquisadores apresentou algumas experiências vivenciadas, algumas ocorridas durante a pandemia. Dr, Nésio Fernandes relatou a pesquisa realizada no Espírito Santo, onde foi ministrada meia dose do imunizante fabricado pela AstraZeneca. O resultado comprovou eficácia similar das duas aplicações, abrindo a possibilidade para uma melhor administração da vacina. “A pesquisa foi realizada pelo Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi) e será de suma importância para decisões futuras”.

Para o secretário de saúde do RN, Cipriano Maia, o fundamental em momento de crise é a parceria institucional, que resultam em soluções rápidas e seguras. Como exemplo, o secretário citou a construção da plataforma Regula RN. “A demanda por leitos na grande Natal era intensa, mas com Regula, nós tínhamos um cenário em tempo real da situação e podíamos dimensionar a rede”.

Fonte: LAIS