O Índice de Confiança das Energias Renováveis (ICER) do Rio Grande do Norte alcançou o patamar de 76,70 no mês de março de 2024. Os dados foram apresentados pelo Observatório da Indústria Mais RN na primeira reunião deste ano da Comissão Temática de Energias Renováveis da FIERN (COERE), que reuniu empresários associados e líderes de entidades nesta terça-feira (26), na Casa da Indústria.
O ICER, termômetro da confiança do setor no estado, é uma sondagem qualitativa que mede a percepção de atores considerados estratégicos nesse fórum, incluindo empresas, governos, associações e agentes financeiros. Neste mês, o índice demonstra uma leve queda quando comparado a março de 2023 que registrou um valor de 77,30. O analista de negócios e economista da FIERN, João Lucas Dias, avaliou que o número demonstra um estado de estabilização no setor.
“Nós tivemos uma conversa com cada um desses participantes da comissão e percebemos que eles falam sobre um ‘boom’ das energias em 2022 e 2023 e agora percebe-se um momento de estabilidade, estagnação. Comprovamos essa opinião com pesquisa qualitativa olhando dados e informações que estão abertas para a sociedade”, disse Dias.
Ele detalha que o dado se dá por alguns fatores, como a diminuição de projetos em andamento e migração de investimentos para outros estados. “Os membros percebem estabilização de investimento, migração de investimento para outros estados que não tem o potencial tão grande em energias, mas estão começando a se destacar e o RN está em uma situação de estabilidade. Também estamos notando uma diminuição de projetos em andamento”, continua.
O analista de negócios comenta, por fim, que este não é um momento de retrocesso. “Estamos em um momento de alerta, não é de recessão ainda, para o cenário das eólicas. O RN ainda está em primeiro lugar em geração de energia eólica, mas em energia solar centralizada está em segundo lugar”, finaliza.
Segundo o presidente da COERE e também do SINDUSCON-RN, Sérgio Azevedo, os membros da comissão receberam os dados com preocupação. “Nós notamos um sentimento de estagnação no entusiasmo das empresas da indústria com relação ao setor de energias renováveis e temos que entender onde estamos errando para que o nosso estado não seja mais tão atrativo como era no passado”, disse.
Azevedo complementa dizendo que é necessário pensar nos fatores que contribuíram para essa estabilização e como ela pode ser revertida. “Convidei todos a fazerem uma reflexão para que os representantes dos órgãos e instituições que podem contribuir tanto para avançar, quanto para atrasar, essa cadeia tão importante para a economia do nosso Estado, possam entender o que pode ser feito para fomentar, gerar um ecossistema de prosperidade, o que se pode fazer para retomar a credibilidade diante dos investidores para que eles acreditem que o RN tem segurança jurídica e que possam seguir investindo e explorando os potenciais de energia renovável que nós temos”, completa.
O diretor superintendente do Sebrae-RN, José Ferreira de Melo Neto, disse que a reunião foi importante para ampliar o seu conhecimento sobre o setor de energias renováveis. “Essa foi uma reunião muito interessante e bastante objetiva. Para mim que sou parceiro na comissão, os dados apresentados realmente ampliam o nosso conhecimento sobre o assunto”, comentou.
Fonte: FIERN