Em agenda em Salvador (BA) para assinatura do decreto que regulamenta a Lei Paulo Gustavo, que vai destinar inéditos R$ 3,8 bilhões para a cultura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou o papel do setor como instrumento de conscientização da sociedade sobre seus direitos.
Ao lado de Margareth Menezes, titular da Cultura, de ministros de outras pastas, do governador da Bahia e de políticos da região, o presidente afirmou que a cultura pode ajudar o povo a fazer a revolução que precisa ser feita para que todos vivam com dignidade, trabalho e segurança alimentar.
“A cultura pode fazer com que a gente exija o cumprimento da Constituição Brasileira. Está tudo na Constituição. O povo tem direito a morar, a trabalhar, a comer, a estudar, a saúde e a transporte de qualidade. Está tudo lá. A revolução que precisamos é fazer cumprir a Constituição Brasileira”, disse.
O título da lei rende homenagem ao ator e humorista que faleceu em 2021, vítima de Covid-19. O investimento direto de R$ 3,8 bilhões é o maior da história do país destinado ao setor cultural e pretende chegar às 27 Unidades Federativas e beneficiar os 5.570 municípios.
A um público que lotou a Concha Acústica, um dos equipamentos culturais mais simbólicos da capital baiana, o presidente lembrou os retrocessos pelos quais o Brasil passou nos últimos quatro anos, como a volta da fome, fez contraposição a seus governos anteriores, quando houve geração de emprego e inclusão social por diferentes frentes, e disse que voltou a governar para recuperar o Brasil e retomar políticas públicas que funcionaram bem em suas outras gestões.
“Voltei para a gente fazer mais e melhor. Para a gente tentar mostrar ao mundo que esse país não nasceu para ter parte dele miserável, parte da população analfabeta. Um país que é terceiro maior produtor de alimento do mundo não pode ver criança morrendo de desnutrição, nem mulher no açougue na fila do osso”, disse, sensibilizado com abordagem de uma mulher que, quebrando o protocolo, subiu ao palco para pedir ajuda a ele.