Desde 1957, quando o primeiro satélite foi lançado, o espaço tem acumulado cada vez mais detritos descartáveis produzidos pelo homem. Na terça-feira (7), o site Live Science divulgou a primeira foto em close de um pedaço de lixo espacial — o registro foi feito pela empresa japonesa privada Astroscale.
A partir dessa fotografia orbital, abre-se a possibilidade de realizar missões contínuas para encontrar e destruir detritos espaciais potencialmente perigosos que estão obstruindo o céu. O lixo espacial produzido pelo homem inclui: estágios de foguetes usados, satélites desativados, combustível congelado e manchas de tinta.
Ao longo das últimas sete décadas, os detritos produzidos pelo homem têm se acumulado na órbita da Terra e, atualmente, existem mais de 9 mil toneladas de lixo espacial orbitando o planeta. Agora, a indústria espacial está buscando meios de eliminar esses resíduos.
Os detritos representam um potencial perigo para os satélites e naves recém-lançadas no espaço, pois até mesmo um pequeno pedaço de entulho, com um determinado impulso, pode abrir um buraco em uma espaçonave. Além disso, se o resíduo sair de órbita, pode representar uma ameaça para as pessoas que estão no solo.
Quanto mais tempo o lixo espacial permanece em órbita, mais ele se multiplica. Satélites desativados colidindo com partes de foguetes podem quebrar detritos maiores, os diminuindo e, com isso, os fragmentos resultantes são mais difíceis de serem rastreados, o que aumenta as chances de atingir um satélite ativo.
O interesse de limpar o lixo flutuante tem mobilizado agências espaciais de todo o mundo, para conseguir evitar que os detritos danifiquem as naves espaciais que estão em funcionamento. Os primeiros passos foram dados pela empresa japonesa Astroscale.
A empresa está planejando a segunda fase da missão, que tem como objetivo remover um pedaço de destroço utilizando um braço robótico acoplado à nave para empurrar os destroços em uma descida pela atmosfera da Terra.
Em abril, a Astroscale lançou uma espaçonave que identificou, se aproximou e fotografou um grande pedaço de detritos orbitais, relacionados a um foguete japonês H-IIA que circula a Terra desde 2009. O objetivo do lançamento era testar a capacidade da nave de manobrar perto de um pedaço de lixo espacial sem colidir com ele e fotografá-lo.
A demonstração foi um sucesso e abriu a possibilidade que ocorram missões futuras de remoção. Este marco rendeu à empresa privada Astroscale uma parceria com a iniciativa de demonstração de remoção comercial de detritos da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA).
Fonte: Revista Galileu