Pesquisadores do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia), nos EUA, descobriram marcas no solo marciano que indicam a presença de um antigo lago na superfície. O grupo analisou dois conjuntos de ondulações no terreno, causadas por pequenas ondas. As marcas em questão são resultado do movimento de “vai e volta” da água sendo impulsionada pelo vento ao longo do tempo.
A notícia, a princípio, não parece soar tão importante; afinal, é sabido há muito tempo que Marte teve, sim, água no passado. A região da “linha do Equador” marciana, inclusive, possui gelo suficiente para inundar o planeta, formando um oceano raso, se derretesse.
Como explica o novo estudo, publicado na revista científica Science Advances, as novas marcas representam evidências de que havia, sim, água na superfície de Marte em contato com a atmosfera. Esse reservatório, portanto, não estava coberto por gelo — como costuma ser a regra para outras evidências de água líquida encontradas em Marte até hoje.
A equipe do Caltech estima que as ondulações se formaram há cerca de 3,7 bilhões de anos. À época, a atmosfera e o clima marciano era quentes e densos o suficiente para suportar água líquida em contato com o ar. Mas como se sabe que não havia gelo no local? A resposta esta no padrão das marcas que a água deixou.
“O formato das ondulações só poderia ter sido gerado por águas em contato com a atmosfera, e influenciadas pelo vento”, explica Claire Mondro, estudante de doutorado que assina o estudo, em comunicado.
Com base no tamanho e formato das ondulações do antigo lago marciano, os pesquisadores criaram modelos de computador para estimar quanta água já existiu ali. As ondulações têm cerca de 6 milímetros de altura, e estão espaçadas a uma distância de 4 a 5 centímetros. Segundo os cientistas, elas são ação de ondas pequenas, que existiram em um lago raso, com menos de 2 metros de profundidade.
Fonte: Revista Galileu