“Estudamos outros planetas para conhecer melhor a Terra”, diz astrônoma brasileira da Nasa

A astrônoma carioca Rosaly Lopes é uma especialista em vulcanismo planetário, e trabalha na Nasa há três décadas. Doutora em Ciências Planetárias pela University College London, na Inglaterra, ela ingressou no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL), da Nasa, quando fazia seu pós-doutorado – e segue lá desde então.

Na agência espacial americana, integrou o time da Missão Galileo, que começou em 1989, quando uma nave não tripulada foi lançada a Júpiter, e durou até 2003. Nesse projeto, Rosaly quebrou um recorde mundial: encontrou 71 novos vulcões ativos em Io, uma lua de Júpiter. Ela entrou para o Guinness Book, em 2006, como a pessoa que mais descobriu vulcões ativos no universo. O recorde segue ativo.

Sua trajetória no JPL a levou à missão Cassini, onde começou a investigar Titã, a maior lua de Saturno. Foi eleita membro de sociedades científicas como a Associação Americana para o Avanço da Ciência e a Sociedade Geológica dos EUA. Seu reconhecimento internacional fez com que ela ganhasse até um asteroide com seu nome: o Rosalylopes, batizado em 2016 pela União Astronômica Internacional.

Hoje, a astrônoma atua como vice-diretora de ciências planetárias do JPL, supervisionando as missões planetárias da Nasa. Uma delas é a missão Europa Clipper, que estuda a lua Europa, de Júpiter, e deve chegar ao planeta em 2030.

Rosaly Lopes passou uma temporada no Brasil, entre abril e novembro de 2024, como residente no Instituto de Estudos Avançados (IdEA) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Em entrevista à GALILEU, fala sobre seu trabalho como geóloga planetária da Nasa, a busca por vida extraterrestre e um possível abrigo para humanos fora da Terra.

Fonte: Revista Galileu