A Food and Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos equivalente à Anvisa, aprovou nesta quinta-feira (23/12) o uso emergencial e doméstico de um tratamento oral contra a covid-19 desenvolvido pelo laboratório Merck. É a segunda pílula contra a doença aprovada pela FDA. Na quarta-feira, a agência também aprovou o uso emergencial de um tratamento oral da Pfizer contra a covid-19.
O medicamento da Merck é o molnupiravir. Testes clínicos apontaram que a droga reduz as hospitalizações e mortes em 30% em indivíduos com alto risco de complicações se começar a ser tomada no início da manifestação da doença. Ela é indicado para os casos em que outros tratamentos contra a doença não estejam disponíveis ou sejam contra-indicados.
A droga insere pequenos erros no código genético do coronavírus para impedir a sua reprodução, o que despertou a preocupação de alguns especialistas da FDA de que ela poderia estimular a mutação do vírus para cepas mais virulentas.
Há também risco que ela possa afetar o desenvolvimento de ossos e cartilagens. Por esse motivo, não é indicada para menores de 18 anos e mulheres grávidas. O medicamento já foi autorizado para uso também no Reino Unido e está sob análise na União Europeia.
A pílula da Merck deve ser tomada duas vezes por dia, quatro pílulas por vez, por cinco dias. O ciclo de tratamento completo envolve 40 comprimidos e custa cerca de 700 dólares (R$ 3,9 mil) – o governo americano já encomendou 5 milhões de ciclos de tratamentos à Merck.