Grupo de extensão pertencente ao curso de Psicologia da Faculdade de Ciências e Saúde do Trairí (Facisa) da UFRN, realiza até terça-feira, 4 de outubro, as inscrições para formação de grupo psicoterapêutico, por meio deste link. Serão realizados, gratuitamente, seis encontros nas quartas-feiras à noite com duração de uma hora e meia, por meio da plataforma Google Meet. O objetivo é ofertar um espaço de acolhimento e realizar a psicoeducação dos aspectos emocionais dos profissionais.
Os encontros estão abertos para profissionais da saúde de todo o Brasil. No grupo, serão trabalhadas, semanalmente, temáticas voltadas para as emoções como: modelo cognitivo e meta emocional, validação das emoções, mitos emocionais e estratégias adaptativas e desadaptativas de regulação emocional.
O projeto está vinculado, ainda, ao Grupo de Pesquisa Aplicada em Cognição e Comportamento Humano (GPACC), coordenado pela professora Maria Gadelha, adjunta do curso de Psicologia da Facisa.
Assim como nas edições anteriores, a proposta é promover um espaço de acolhimento para os profissionais de saúde que geralmente são acometidos por emoções intensas no ambiente laboral. “Temos a expectativa que, a partir do grupo, eles possam adotar estratégias mais funcionais para lidar com as emoções e reduzir os níveis de ansiedade, estresse e depressão”, afirma Vanda Silva, estagiária do curso de psicologia da UFRN e uma das terapeutas do grupo.
A pandemia teve não somente um grande impacto psicológico em profissionais da área da saúde, como também evidenciou os problemas psicológicos já presentes na vida desse público. Diante disso, Vanda destaca que falar e ensinar sobre emoções é muito importante, considerando que a desregulação emocional está ligada ao desenvolvimento de transtornos psicológicos. “O grupo terapêutico é uma medida essencial para promover a psicoeducação e contribuir para a saúde mental de profissionais de saúde. Funcionará como um espaço de acolhimento para aqueles que exercem o papel de cuidador e que, muitas vezes, têm que lidar com a sobrecarga e a solidão em sua profissão”, reitera Vanda.
Taxas alarmantes
De acordo com estudo liderado pela Universidade do Chile e Universidade da Columbia (dos Estados Unidos) em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), as taxas de sintomas depressivos, pensamentos suicidas e sofrimento psíquico em trabalhadores de saúde de onze países latino-americanos são alarmantes. Entre 14,7% e 22% dos trabalhadores de saúde entrevistados no ano de 2020 apresentaram sintomas que levaram à suspeita de um episódio depressivo, enquanto entre 5% e 15% dos trabalhadores disseram que pensaram em cometer suicídio. O estudo também mostra que, em alguns países, apenas cerca de um terço dos que disseram precisar de atendimento psicológico realmente o receberam.