A primeira apreensão de fentanil ilícito no Brasil, ocorrida em março, no Espírito Santo, acendeu o alerta sobre as estratégias de controle e prevenção da circulação e do uso da droga no país. Os riscos e desafios do Brasil, porém, devem ser interpretados no contexto de importantes fatores diferenciadores do cenário dos Estados Unidos, país que enfrenta uma grave crise de opioides.
As análises e recomendações fazem parte do comentário “Reports of rising use of Fentanyl in contemporary Brazil is of concern, but a US-like crisis may still be averted” (tradução livre: Relatos de uso crescente de fentanil no Brasil contemporâneo são preocupantes, mas uma crise semelhante à dos Estados Unidos ainda pode ser evitada), de autoria de Francisco Inácio Bastos, pesquisador titular do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict/Fiocruz), e Noa Krawczyk, professora assistente do Centro de Epidemiologia e Política de Opioides da NYU Grossman School of Medicine. O artigo foi publicado nesta terça-feira (9), em versão online da revista The Lancet Regional Health – Americas.
A publicação do comentário sobre o crescente uso da droga coincide com o Dia Nacional de Conscientização sobre o Fentanil. A data é promovida anualmente em 9 de maio, nos Estados Unidos, onde a substância já lidera as mortes causadas por overdose. Estima-se que no país morram, anualmente, cerca de 70 mil pessoas por uso indevido da droga, o que vem despertando a atenção das autoridades das áreas Saúde e de Segurança Pública, uma vez que o produto causa rápida dependência química.
Fonte: Revista Galileu