O Grupo de Teatro Baobá vai estrear o espetáculo A Farsa da Boa Preguiça, uma adaptação da obra de Ariano Suassuna, em duas apresentações, nos dias 11 e 12 de abril, às 19h, no Complexo Cultural da Uern, na zona Norte de Natal. Os ingressos a preço popular (R$ 20) já estão disponíveis na plataforma Sympla.
A peça narra as desventuras do poeta popular Joaquim Simão. Casado com a bela Nevinha, Joaquim é um homem feliz, mas enfrenta três grandes fraquezas: a preguiça, a poesia e o amor por outras mulheres. Enquanto Nevinha tenta motivar o marido a trabalhar, os dois se veem cercados por figuras excêntricas, santos e demônios. Entre elas, estão Aderaldo, que tenta conquistar a fiel Nevinha, e Clarabela, que busca seduzir Joaquim. Com humor, irreverência e elementos da cultura popular, a montagem reflete sobre os dilemas cotidianos com a marca inconfundível do teatro de Suassuna.
“A Farsa da Boa Preguiça representa, para o Baobá, uma verdadeira evolução. O grupo nasceu com a montagem de O Santo e a Porca, também de Ariano Suassuna, e agora, sete anos depois, encerramos esse ciclo para dar continuidade à obra desse mesmo autor. Desta vez, com mais maturidade e uma cena muito mais rica — com o uso de instrumentos musicais, máscaras, canto e outros elementos expressivos. Acredito que A Farsa simboliza, de certa forma, um novo ciclo que se inicia com mais força e identidade”, destaca o ator Uriel, integrante do elenco, sobre a importância simbólica da montagem.
Para o diretor do espetáculo, Denilson David, montar A Farsa da Boa Preguiça é mais do que um desafio artístico, é um tributo à cultura popular nordestina. “O espetáculo marca um importante amadurecimento do Grupo Baobá. Este é o nosso sexto trabalho, e cada montagem representa uma nova etapa de crescimento. Desta vez, nosso elenco se desafia ainda mais: além das atuações, incorporamos músicas autorais, canto e instrumentos tocados em cena”, revela.
Segundo o diretor, a obra de Suassuna, ao mesmo tempo simples e sofisticada, convida o público a refletir sobre as contradições humanas, misturando o sagrado e o profano, o riso e a crítica social. “Levá-la ao palco, especialmente em um projeto realizado com tanto afeto e entrega, é reafirmar que o teatro nascido nas periferias pode e deve ser grandioso, potente e profundamente transformador”, completa.
Com essa nova montagem, a Uern e o Grupo Baobá reafirmam compromisso com o teatro feito nas periferias de Natal, promovendo arte, formação e identidade por meio de espetáculos que encantam e fazem pensar.