O hacker Walter Delgatti Neto disse, nesta quinta-feira (17), em depoimento à CPI dos Atos Golpistas que, em uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro, em 2022, ouviu que o governo já tinha conseguido grampear o ministro do STF Alexandre de Moraes. E que Bolsonaro teria, nesse encontro, sugerido que Delgatti Neto “assumisse a autoria” do grampo.
“E segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, diz o hacker.
Hacker diz que Bolsonaro lhe assegurou indulto caso fosse preso por atuação sobre urnas
Segundo o hacker, a promessa foi feita durante reunião no Palácio da Alvorada, próximo às eleições do ano passado. Questionado se recebeu garantia de proteção do ex-presidente, Delgatti respondeu:
“Sim, recebi. Inclusive, a ideia ali era que eu receberia um indulto do presidente. Ele havia concedido um indulto a um deputado federal. E como eu estava com o processo da Spoofing à época, e com as cautelares que me proibiam de acessar a internet e trabalhar, eu visava a esse indulto. E foi oferecido no dia.”
Marqueteiro de Bolsonaro pediu “código-fonte fake” para apontar fragilidade na urna eletrônica, diz hacker.
Fonte: GloboNews
À CPI, Delgatti também disse que, em uma reunião com assessores de campanha de Jair Bolsonaro, em outubro de 2022, foi aconselhado a criar um “código-fonte falso” para sugerir que a urna eletrônica era vulnerável e passível de fraude. A proposta teria partido do marqueteiro Duda Lima.
💬 “A segunda ideia era no dia 7 de setembro, eles pegarem uma urna emprestada da OAB, acredito. E que eu colocasse um aplicativo meu lá e mostrasse à população que é possível apertar um voto e sair outro”, disse Delgatti.
“O código-fonte da urna, eu faria o meu, não o do TSE. Só mostrando, a população vendo que é possível apertar um voto e imprimir outro. Era essa a ideia.”